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ISOLAMENTO

Feriadão tem movimento tranquilo em praças de Belém

Em Batista Campos e na da República, áreas no centro da capital que antes registravam movimento intenso nessas épocas, poucas famílias compareceram ontem para passear ou praticar atividades físicas ao ar livre.

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Imagem ilustrativa da notícia Feriadão tem movimento tranquilo em praças de Belém camera Ao lado do filho Lucas, a dona de casa Darlene Pantoja aproveitou a tarde de ontem para correr na calçada da praça Batista Campos. | Irene Almeida

Com praias e balneários fechados durante este feriado prolongado de Corpus Christi, restaram poucas opções de lazer para o belenense. Após a chuva que desabou sobre a capital paraense na tarde de ontem, quando também foi comemorado o Dia dos Namorados, no centro da cidade, o movimento nas praças Batista Campos e da República era tímido. Por outro lado, o fluxo de veículos era intenso ao longo das principais ruas e avenidas.

Já no Portal da Amazônia, no bairro do Jurunas, com a proibição do acesso de carros, nem de longe o cenário deserto lembrava a movimentação que o local costuma receber aos finais de semana e feriados. Poucas pessoas aproveitaram a tranquilidade para se exercitar por lá. Isso também foi observado na Praça da República, bairro da Campina, e ao redor do Bosque Rodrigues Alves, no Marco, onde alguns faziam caminhadas.

Entre as poucas pessoas que passaram pela orla de Belém no período da tarde estava o atleta João Silva, 35. Morador do bairro da Condor, ele frequenta o local todos os dias para praticar corrida. João, que é jogador de futebol, no momento está sem clube, mas já integrou o time do Vila Rica.

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Praticar atividades físicas ao ar livre nesse período de isolamento social foi a saída que o jovem encontrou de manter a forma e a saúde em dia. “Queria ter viajado para algum balneário, igarapé. Venho todos os dias aqui para correr, de manhã e à tarde. No momento, estou trabalhando de táxi e fazendo curso de Educação Física. Está sendo um período ruim, não estou podendo treinar normalmente. O objetivo agora é continuar meu curso para fazer o que eu gosto, que é dar aula”, afirmou.

LAZER

Mãe de dois filhos pequenos, a dona de casa Darlene Pantoja, 34, que reside no Jurunas, aproveitou o feriado prolongado para correr na praça Batista Campos acompanhada do filho Lucas, de oito anos. A preferência era levar os filhos para passear na orla, mas com a restrição de acesso, a filha mais nova, Isis, de dois anos, teve de ficar em casa dessa vez. “É um período um pouco difícil. Agora que estamos começando a sair. É a primeira saída dele após o lockdown. Já pegamos coronavírus. Estamos evitando aglomeração, ainda não me sinto à vontade para ir ao shopping, por exemplo. Costumo vir aqui para correr. Hoje trouxe ele pra tirar um pouco da tv e celular. Para gastar energia”, afirmou Darlene Pantoja.

Mesmo com o movimento fraco, o vendedor ambulante Mariano Aranha, 64, continua trabalhando todos os dias da semana na praça, das 8h às 18h. “A população está voltando aos poucos. Esse é meu único meio de vida, estou vindo trabalhar porque preciso. O melhor movimento era quando tinha estudante, ganhava um troco bacana”, comentou o trabalhador.

Cleo Maia, 41, morador do Jurunas, tem aproveitado o tempo livre para praticar atividades físicas e, também, para ir em busca de uma recolocação no mercado de trabalho. “Trabalhava com auxiliar de serviços gerais, agora estou desempregado. Venho aqui todos os dias fazer atividades. Dependendo das condições, quando tem um feriado assim, se pudesse estaria viajando para uma praia, interior. Estou procurando emprego, não desisti, porque estou construindo uma casa e quero terminar”, contou.

Decreto mantém praias fechadas em todo o Estado

A medida visa evitar a proliferação do novo coronavírus no Pará.
📷 A medida visa evitar a proliferação do novo coronavírus no Pará. |Agência Pará

O juiz de Direito Titular da Vara Única da Comarca de Salinópolis, Antônio Carlos Koury, decidiu, na tarde da última quinta-feira (11), por não suspender, após pedido em ação ajuizada pela Prefeitura de Salinópolis, a eficácia dos artigos do Decreto Estadual 800/2020, que determina o fechamento de praias, igarapés, balneários, clubes e estabelecimentos similares, durante o feriado de Corpus Christi, em cidades da Zona de Alerta Máximo, em bandeira vermelha.

“O decreto estadual está integralmente mantido. De acordo com a decisão, a competência para julgar atos do governador do Estado é do Tribunal de Justiça e, por conta disso, o juiz não se manifestou sobre as medidas. Ou seja, não determinou a abertura das praias e demais locais, e extinguiu o processo sem a resolução do mérito, indeferindo a liminar”, afirmou Ricardo Sefer, procurador-geral do Estado.

De acordo com o Decreto 800/2020, que instituiu a retomada econômica segura e o distanciamento controlado, além de protocolos específicos de prevenção e combate ao novo coronavírus no Pará, os municípios da Região Nordeste, incluindo Salinópolis, estão dispostos na Zona de Alerta Máximo (bandeira vermelha) e devem liberar apenas serviços e atividades essenciais, por estarem com capacidade hospitalar em risco e/ou evolução acelerada de contaminação.

NOVAS MEDIDAS

Na terça (9), o Estado republicou o decreto com alteração, acrescentando, ainda, o fechamento de praias, balneários e afins em todo o Pará, entre 10 e 14 de junho, durante o feriado de Corpus Christi, com o objetivo de evitar a aglomeração indiscriminada de pessoas e uma possível proliferação do vírus nestes ambientes. “O único local onde de fato houve problema foi Salinas. Nos demais, não houve qualquer intercorrência. Uma coisa que temos de frisar é que o decreto estadual prevê que os municípios podem estabelecer regras mais rígidas, porém eles não podem flexibilizar além do que permite o seu ‘bandeiramento’. Seria um contrassenso um município com a bandeira vermelha, que é o caso de Salinópolis, abrir as praias enquanto que os de bandeira laranja também estão com as praias fechadas. Então, a regra vale para todo o Estado”, acrescentou o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado.

O Decreto Estadual não estipula o bloqueio de estradas, mas sim o acesso aos locais, e deixa a cargo dos municípios a determinação para fechamento de rodovias ou de outros estabelecimentos, assim como a implementação de medidas mais restritivas, no âmbito de seus territórios, para o controle epidemiológico da Covid-19.

Até amanhã, seguem fechados balneários, praias, igarapés, clubes e estabelecimentos similares de todo o Estado, segundo o que determina o decreto estadual. “É um incomodo a todos nós termos de ficar em casa, porém estamos trocando um feriado por um mês inteiro. Nas praias, obviamente, muitas pessoas não iriam nem usar máscara para não ficar com a marca no rosto. O que estamos fazendo agora é, justamente, para poder concretizar com que, no mês de julho, a gente consiga, de fato, flexibilizar e poder voltar a nossa rotina. A gente espera que a população compreenda que precisamos evitar este pico de contágio, porque a gente corre risco ainda nesse período”, garantiu o titular da Segup.

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