
A economia circular e a coleta seletiva ganham destaque como estratégias que unem benefícios ambientais, sociais e econômicos. Impulsionada pelo lema “Sonhar, criar e fazer acontecer”, a SOLOS, startup nordestina de impacto socioambiental, atua no campo da economia circular.
Com experiência em gestão de resíduos em grandes eventos, como Carnaval, Réveillon e São João, a SOLOS implementa operações de logística reversa que aliam infraestrutura eficiente, valorização do trabalho dos catadores e alinhamento com cooperativas locais.
A startup também implementa sistemas inteligentes de coleta, com programas de coleta seletiva porta a porta, gestão de ecopontos e iniciativas de troca de resíduos por benefícios. De acordo com Saville Alves, líder de negócios e cofundadora da SOLOS, a startup iniciou em 2018 na Bahia a partir da reflexão sobre os desafios da reciclagem no Brasil. Atualmente, a startup tem atuação em mais oito estados além da Bahia: Paraíba, Pernambuco, Ceará, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
“Para o Norte temos a expectativa de atuarmos na região em 2027. É preciso entender que um aumento na taxa de reciclagem impede a devastação da floresta pelo reaproveitamento de resíduos”, explica.
Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp
O cenário brasileiro mostra a relevância do debate. Hoje, o País gera cerca de 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano, mas recicla apenas 8% deste volume, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos de 2024. Embora 75% da população declare separar o lixo em casa, grande parte desse material ainda não chega efetivamente ao processo de reciclagem, reflexo da falta de infraestrutura e da desigualdade no acesso à coleta seletiva, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, em 2024.
Saville Alves explica que as discussões sobre reciclagem e economia circular precisam incluir governo e sociedade civil. “É pensar como cidades diferentes podem ter soluções democráticas”, frisa, contextualizando as variadas realidades brasileiras. Ela comenta que o setor corporativista tem obrigação por lei em incentivar a reciclagem, referindo-se à Lei de Incentivo à Reciclagem (Lei nº 14.260/2021), que oferece incentivos fiscais a empresas que destinam recursos para projetos de reciclagem e gestão de resíduos.
Conforme salienta Alves, a solução para que o tema da reciclagem seja mais encorpado e eficiente nas diferentes regiões do Brasil deve percorrer alguns caminhos, como o debate qualificado com o setor público, além de promover diálogos em diferentes atuações para descentralizar decisões referentes ao assunto. “Também é importante ter uma interlocução com as escolas e crianças, para estabelecer vínculos com o ambientalismo, reciclagem e economia circular desde cedo”, recomenda.
A SOLOS estará presente na programação da COP 30, em Belém, por meio de uma programação que está em elaboração e contará com painéis e convidados para promover discussões a respeito do assunto.
Para saber mais, acesse a edição eletrônica do jornal Diário do Pará
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar