Quis o destino que Danrlei, tão criticado pelo gol perdido contra o Vitória na abertura do quadrangular, fosse o responsável pelo renascimento das esperanças do PSC na Série C. Nessas reviravoltas próprias do futebol, o atacante baionense saiu de campo aclamado como herói do jogo, pelo belo gol de cabeça marcado logo no início do 2º tempo.
Depois de um primeiro tempo de poucas oportunidades, muito em função da dura marcação do Figueirense e da pouca agressividade do ataque, o PSC mudou de postura na etapa final a partir da entrada de Danrlei e do lateral Patrick Brey.
O time mostrou limitações para aprofundar o jogo. Uma situação específica influiu nesse rendimento pouco efetivo: as improvisações sucessivas na lateral direita. João Vieira substituiu o lesionado Igor Carvalho, mas Wesley e até Mikael tiveram que atuar por ali ao longo dos 90 minutos.
Como compensação, no meio-campo, José Aldo fazia o que não tinha feito ao longo das últimas partidas. Alongava passes, acelerava as subidas da equipe e aparecia junto à área como opção de jogo para os companheiros.
A boa atuação do volante/meia ajudou Marlon a se soltar um pouco mais. Foi dele o chute mais perigoso do período. Aos 23 minutos, recebeu dentro da área e chutou rasteiro para excelente defesa de Wilson, em dois tempos.
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Alguns cruzamentos perigosos e um chute de Robinho que desviou na zaga se constituíram nos lances emocionantes dos primeiros 45 minutos. O Figueirense pouco se arriscou além do meio-campo e, quando chegou ao ataque, mostrou-se confuso, com muitos erros de passe e definição, principalmente por parte de Tito e Léo Artur.
Logo no intervalo, Márcio Fernandes fez as mexidas necessárias e que o jogo exigia. Botou Danrlei e Patrick Brey em campo, tirando Mikael e Marcelinho. Deu certo.
Aos 6 minutos, Leandro Carvalho acertou um cruzamento perfeito. Danrlei atacou a bola e cabeceou para as redes. Um típico gol de centroavante, com força e precisão. A vantagem no placar incendiou o estádio, que passou a apoiar o Papão com mais intensidade ainda.
A situação desfavorável fez o Figueirense mudar por atacado. O técnico Júnior Rocha botou em campo Gustavo Ramos, Natan e John Cley, substituindo Andrew, Muriel e Jean Silva. Mais do que a simples troca de nomes, o time passou a atacar com mais frequência, o que abriu espaço para o jogo preferido do PSC: o contra-ataque.
Foi assim que as chances foram se repetindo. Danrlei poderia ter marcado o segundo gol e Patrick Brey levou perigo ao entrar na área para finalizar. No pós-jogo, Márcio Fernandes avaliou, com razão, que o time produziu no segundo tempo um futebol que permitia um placar mais folgado.
Importante mesmo é a motivação que a primeira vitória traz. Depois de três insucessos e de um começo de crise, o time voltou a jogar bem, alcançou os três pontos e voltou a acreditar na possibilidade do acesso.
Lado emocional continua causando prejuízos
A comissão técnica do PSC fez tudo que estava ao seu alcance para dar ao time plenas condições técnicas e emocionais para o confronto decisivo diante do Figueirense. A concentração foi antecipada para sexta-feira e o período de convivência entre os atletas foi aproveitado com palestras, dinâmicas de grupo e testemunhos pessoais, a fim de dar ao grupo a solidez mental que vinha faltando em alguns jogos.
Em campo, o resultado final provou que as medidas foram eficazes. Tecnicamente, o PSC jogou como todos esperavam. Apesar de mudanças pontuais, motivadas por contusões, a equipe foi valente, buscou a vitória e superou as dificuldades impostas pelo sistema fechado do adversário.
No âmbito do preparo emocional, porém, as coisas continuam perigosamente pendentes. O volante Mikael, com alentado histórico de indisciplinas, voltou a fazer das suas. Arrumou uma discussão com o zagueiro Genilson, levando ambos a serem advertidos com cartão amarelo.
Genilson, melhor defensor do time, estava pendurado. Com o cartão recebido fica fora do difícil compromisso de sábado contra o ABC, em Natal. Um prejuízo tão grande quanto perfeitamente evitável.
Chances matemáticas embalam o sonho do acesso
Último colocado no grupo C, com três pontos, o PSC é o time com menores chances de acesso. Precisa fazer uma campanha perfeita no “returno” do quadrangular, vencendo todos os três jogos. Como toda grande conquista começa pelo primeiro passo, este foi dado ontem.
O triunfo de 1 a 0 impediu que o Figueirense avançasse rumo à classificação e o empate entre ABC e Vitória contribuiu imensamente para a euforia que tomou conta dos bicolores desde o fim da partida na Curuzu.
E esse entusiasmo é justificado. Caso vença o ABC, o PSC chegará a seis pontos e entrará definitivamente na briga pelo acesso, passando a depender de suas forças – se o Figueirense não vencer o Vitória, em Salvador.
Resultados perfeitamente possíveis. E tem outro a considerar: apesar das previsíveis dificuldades do jogo em Natal, o PSC tem até atuado melhor como visitante, o que redobra a expectativa do torcedor.
Ainda sobre o estudo do professor Wilton Moreira
O comentário de domingo sobre o estudo do professor Wilton Moreira a respeito do tricampeonato do Norte e o título do Nordestão, conquistado pelo Remo entre 1968 e 1971, foi encaminhado pelo grande benemérito Ronaldo Passarinho. Wilton tinha especial apreço pelos feitos do Leão nesse período particularmente proveitoso de sua história. Ronaldo, por sinal, foi partícipe direto das gestões remistas à época das conquistas.
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