
O humorista Tokinho declarou que pretende levar até o fim o processo que move contra o influenciador digital Alexsander José, conhecido como Moskitão, após ser alvo de comentários capacitistas e assédio sexual durante uma live realizada em agosto deste ano.
A ação judicial foi registrada com base na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que prevê pena de 1 a 3 anos de reclusão e multa para quem pratica discriminação contra pessoas com deficiência.
“Passei por uma situação chata, constrangedora e absurda. São coisas que vivi por anos e não conseguia falar porque não tinha provas. Passo por isso diariamente. Me sinto acolhido ao saber que existe uma lei que me defende”, declarou Tokinho em entrevista.
O artista, que tem nanismo, rebateu críticas que o acusaram de "vitimismo" após tornar o caso público. “Isso não é vitimismo, é pedir por respeito. O mínimo que qualquer ser humano merece é respeito”, completou.
O caso: a live de Moskitão
O episódio ocorreu no dia 29 de agosto, durante um evento em São Paulo. Em uma live ao vivo, Moskitão entrevistava Tokinho quando fez comentários ofensivos, tentou beijá-lo à força e insinuou ter “fetiche com deficientes”. O humorista compartilhou em suas redes sociais trechos do vídeo, que gerou forte repercussão e revolta.
“Essa pessoa insinuou até tentar me beijar, tentou me assediar. Ele fala isso no próprio vídeo. Me senti desrespeitado e constrangido. Na hora, fiquei perdido, sem saber como reagir”, relatou Tokinho.
No dia 2 de setembro, o humorista foi até a delegacia e registrou um boletim de ocorrência. Seus advogados afirmaram que ele foi vítima de “discriminação, assédio sexual e exposição indevida de sua imagem sem consentimento” e que todas as medidas judiciais cabíveis estão sendo tomadas.
“A internet também tem lei. Sempre que forem vítimas de constrangimento ou assédio, denunciem”, aconselhou Tokinho ao se pronunciar sobre o caso.
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O pronunciamento de Moskitão
Após a repercussão negativa, Moskitão se pronunciou nas redes sociais por meio de um vídeo. Ele afirmou que sua intenção era apenas “fazer humor” e que interpreta um personagem.
“Foi uma piada de mau gosto, reconheço. Estava alterado. Normalmente meus vídeos são gravados, e quando a pessoa não gosta, a gente apaga. Mas essa era uma live”, disse o influenciador.
Apesar de reconhecer o erro, Moskitão tentou minimizar as acusações:
“Aquilo não é uma opinião, foi uma tentativa de piada. Não era minha intenção ofender. Tokinho, me perdoa se você se sentiu ofendido. Fico triste porque não acertei.”
A equipe do influenciador informou que sua assessoria jurídica já está acompanhando o caso.
O que diz a lei
O caso de Tokinho está amparado pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que criminaliza qualquer forma de discriminação por motivo de deficiência. O artigo 88 da lei estabelece:
“Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência: Pena – reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.”
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