
A humanidade é cercada de mistérios que despertam a curiosidade de historiadores, pesquisadores e fãs de história antiga.
Por décadas, o deserto costeiro do Peru abrigou um dos maiores enigmas da arqueologia: as Linhas de Nazca. Criadas por uma civilização pré-inca entre aproximadamente 200 a.C. e 700 d.C., figuras gigantescas só podem ser vistas do alto e se espalham por dezenas de quilômetros quadrados. Agora, graças ao uso combinado de inteligência artificial (IA), drones e imagens aéreas de alta resolução, pesquisadores japoneses e peruanos identificaram 303 novos geoglifos, quase dobrando o número conhecido até então.
A descoberta só foi possível por meio de algoritmos de reconhecimento de padrões, capazes de mapear áreas promissoras a partir de fotografias de alta precisão. As figuras recém-reveladas variam desde pequenos desenhos com poucos metros até obras monumentais com até 370 metros de extensão. Entre elas, há representações do que podem ser os primeiros humanos, animais domésticos e cabeças isoladas — contrastando com os geoglifos já conhecidos, que retratavam majoritariamente animais selvagens.
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A tecnologia também transformou o ritmo das pesquisas. Processos que antes exigiam anos de trabalho em campo agora podem ser realizados em poucos dias. Pesquisadores fazem da seguinte forma: os drones sobrevoam extensas áreas do deserto, capturam imagens e a IA faz a triagem inicial, identificando padrões invisíveis a olho nu. Apesar da automação, a validação final das descobertas continua sendo feita por arqueólogos, garantindo a precisão e autenticidade dos achados.
Além de expandir o conhecimento sobre a cultura Nazca, famosa também por seus sistemas de irrigação e cerâmica sofisticada, a descoberta alimenta novas hipóteses sobre o significado das figuras. Elas podem ter servido como caminhos rituais, mensagens aos deuses, registros astronômicos ou expressões artísticas.
Embora o mistério das Linhas de Nazca ainda não esteja completamente desvendado, a pesquisa mostra que a tecnologia pode ser aliada e revelar capítulos inteiros da história que permaneceram ocultos por mais de dois milênios.
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As Linhas de Nazca
Além de sua beleza e precisão, as Linhas de Nazca são cercadas de mistérios. Arqueólogos e historiadores ainda buscam respostas definitivas sobre o propósito dessas figuras. Há hipóteses que vão desde rituais religiosos para pedir chuvas até marcadores astronômicos usados para orientar plantios e celebrações sazonais. Algumas teorias até sugerem funções ligadas à observação de astros ou à comunicação com divindades.
O método de criação também impressiona. Os antigos habitantes da região removeram a camada superficial de cascalho avermelhado do deserto, expondo um solo mais claro logo abaixo. A ausência de chuvas e o clima estável do deserto peruano ajudaram a preservar as figuras por mais de mil anos. Algumas chegam a medir centenas de metros de comprimento, mantendo proporções quase perfeitas.
Nos últimos anos, o uso de drones e imagens de alta resolução revelou desenhos antes desconhecidos, incluindo representações de animais, plantas e formas geométricas. Esses novos achados mostram que o complexo de Nazca é ainda mais extenso do que se imaginava, reforçando a ideia de que a região era um centro cultural e espiritual de grande importância.
O turismo na área é intenso, mas controlado para proteger as figuras. O governo peruano, em parceria com pesquisadores e organismos internacionais, tem investido em medidas de preservação, já que fatores como o avanço urbano e atividades agrícolas ameaçam a integridade do sítio arqueológico. Em 1994, a Unesco declarou as Linhas de Nazca Patrimônio Mundial, reforçando sua relevância histórica e cultural.
Para quem visita a região, a experiência é única. Pequenos aviões oferecem sobrevoos que permitem apreciar toda a grandiosidade e complexidade das figuras, impossível de captar do solo. Além disso, há miradouros instalados estrategicamente para observar alguns dos desenhos mais conhecidos.
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