Para se livrar de um golpista, nada melhor do que retrucando com outro golpe. A velha tática de guerra em usar as mesmas armas do oponente, neste caso, a quem tenta aplicar um golpe, para vencê-lo.
Foi dessa forma que uma empresa de telefonia, no Reino Unido, desenvolveu a criativa estratégia para combater estelionatários que aplicam golpes telefônicos, especialmente contra idosos.
A solução foi criar a encantadora Dona Daisy, uma idosa totalmente gerada por inteligência artificial, que tem a missão de enrolar os golpistas e evitar que eles prejudiquem outras vítimas.
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Dona Daisy foi programada com voz suave e comportamento gentil, que consegue manter os golpistas na linha o maior tempo possível. O objetivo é fazer com que os estelionatários se distraiam e, assim, acabem enganando menos pessoas.
Dona Deisy foi personagem numa matéria exibida pelo Jornal Nacional, na última segunda-feira (13). O correspondente Rodrigo Carvalho interagiu com a “inocente idosa”, se passando por um golpista que tentava enganá-la sobre um prêmio de supermercado que ela teria ganhado.
Mas, o repórter logo foi enganado, já que Dona Daisy parecia curiosa, perguntando sobre o prêmio e demonstrando interesse genuíno. Mas logo, a "vovó" começou a tomar as rédeas da conversa, fazendo perguntas e complicando o trabalho do golpista.
Quando o repórter tentou apressá-la, pedindo que ela acessasse um site para preencher seus dados, Dona Daisy, de forma astuta, fez o que qualquer idosa diria: “Eu posso, claro. Mas eu estou sem meu computador. Meu Deus, cadê meus óculos? Espera um pouco. Cadê o laptop? Não estou achando. Me dá um tempo?”, disse a inteligência artificial.
O “repórter golpista” demonstrou desespero e pediu os dados bancários de Dona Daisy, supostamente para transferir o prêmio. A resposta dela foi ainda mais estratégica: “Não me lembro do número da agência”, enrolou a vovó.
A ideia de criar a Dona Daisy foi da VCCP, uma grande agência de publicidade do Reino Unido, e seu diretor criativo, Morten Legarth, que disse que se inspirou em sua avó pra inventar a personagem.
Ele destacou que os idosos são um dos principais alvos de golpes, especialmente por meio de ligações falsas de bancos ou da Receita Federal. A ideia de criar uma personagem simpática, como Dona Daisy, é uma maneira de proteger esse público vulnerável.
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Dona Daisy, embora tenha sido criada há apenas três meses, já atendeu a mais de mil chamadas, sendo capaz de enrolar golpistas por até 40 minutos. E o impacto não foi só para a segurança dos idosos: muitas pessoas se sentiram vingadas por verem a "vovó-malandra" vencendo os criminosos.
Morten Legarth também ressaltou o potencial da inteligência artificial para a segurança pública. Se usada corretamente, essa tecnologia pode ajudar a combater crimes de maneira inovadora e eficaz.
A ideia de criar novos "personagens" para ajudar nesse combate está em andamento, e em breve, Dona Daisy terá companhia em sua missão.
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