Tosse que não passa pode ser sinal de tuberculose: quando procurar ajuda?

Uma tosse persistente por três semanas ou mais pode ser o primeiro sinal de alerta para uma doença infecciosa que ainda acomete milhares de brasileiros: a tuberculose. A condição, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, atinge principalmente os pulmões e, apesar de conhecida, muitas vezes é subestimada nos primeiros sintomas.

De acordo com o Ministério da Saúde, no mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem pela enfermidade, responsável por mais de um milhão de óbitos anuais. No Brasil, mais de 84 mil diagnósticos novos são notificados, desencadeando cerca de 6 mil mortes por ano.

“Quando a tosse não melhora com o tempo ou vem acompanhada de cansaço, febre no fim do dia, suor noturno e perda de peso, é fundamental buscar ajuda médica. Quanto antes o diagnóstico for feito, maior a chance de cura e menor o risco de agravamento”, explica o pneumologista da Hapvida, Renato Calil.

Sinais que merecem atenção

A maioria dos casos de tuberculose pulmonar se manifesta com sintomas simples que podem ser confundidos com uma gripe forte ou uma infecção respiratória. Por isso, é comum que o paciente demore a procurar atendimento.

“Muita gente acha que é apenas uma tosse prolongada por causa de mudança de clima ou crise alérgica, mas, se passam três semanas e os sintomas persistem ou se intensificam, é hora de investigar com exames específicos”, alerta o pneumologista.

“Outros sinais que costumam surgir com a evolução da doença são febre no fim da tarde, suor excessivo durante a noite, fadiga constante, emagrecimento sem motivo aparente. Em casos mais avançados há presença de sangue ao tossir, reitera o médico.

Como é feito o diagnóstico?

A principal forma de identificar a tuberculose pulmonar é por meio do exame de escarro, que pode detectar a presença da bactéria. Em muitos casos, também são solicitados exames de imagem, como a radiografia de tórax, além do teste molecular rápido para tuberculose (TRM-TB).

“Esses exames ajudam a confirmar rapidamente o diagnóstico e a iniciar o tratamento o quanto antes. A demora pode causar danos permanentes ao pulmão e aumentar o risco de transmissão para outras pessoas”, explica Renato.

Apesar de grave, a tuberculose tem tratamento e cura na maioria dos casos. O esquema terapêutico tradicional envolve o uso de antibióticos por seis meses, com acompanhamento médico regular.

“O tratamento precisa ser seguido à risca, mesmo que os sintomas desapareçam nas primeiras semanas. Parar antes do tempo pode causar recaídas e até criar resistência da bactéria aos medicamentos”, alerta o pneumologista da Hapvida.

Previna e fique atento

Estar atento aos sintomas e buscar atendimento médico diante de uma tosse persistente são as principais medidas de prevenção e controle. A transmissão ocorre pelo ar, através da tosse, da fala ou do espirro de uma pessoa infectada, o que torna o diagnóstico precoce essencial.

“A boa notícia é que com o diagnóstico correto e o tratamento completo, o paciente se recupera totalmente e volta à sua rotina normalmente”, reforça o especialista.