Belém ganhou mais um novo ponto de encontro entre arte e meio ambiente: a exposição “Dando Voz à Amazônia: Arte, Ciência e Preservação na COP 30”, aberta no último sábado (08) no Bosque Rodrigues Alves - Jardim Zoobotânico da Amazônia. Em apenas um dia, mais de três mil pessoas visitaram a mostra, que segue até o final de novembro e marca o início de uma série de programações culturais e ambientais na capital paraense.
Promovida pelo Instituto Internacional Biomas Connections em parceria com a Prefeitura de Belém, a exposição celebra dois grandes nomes da arte e da conservação: a artista inglesa Margaret Mee, conhecida pelas aquarelas da flora amazônica, e o paisagista brasileiro Roberto Burle Marx, referência mundial no uso da vegetação nativa em projetos paisagísticos. As obras estão distribuídas entre as trilhas e jardins do Bosque, criando um diálogo direto entre arte e natureza.
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Conexões entre biomas e culturas
O projeto é resultado da colaboração entre o Instituto Biomas Connections, o Royal Botanic Gardens - Kew (Inglaterra), o Instituto Burle Marx e outras instituições voltadas à preservação da biodiversidade. O acervo conta com imagens em alta resolução cedidas pelo Kew e projetos originais de Burle Marx.
Segundo o diretor executivo do Instituto Biomas Connections, Jeanitto Gentilini, o objetivo da mostra é aproximar diferentes culturas e biomas, destacando o papel do ser humano como parte do meio ambiente.
“Esse instituto está ligado a vários outros institutos que têm biomas muito bem preservados no Chile, Argentina, Uruguai, México, Estados Unidos e Europa. Ancoramos o trabalho no Brasil porque o país é uma referência mundial na questão da biodiversidade. A Amazônia é o centro, mas todos os biomas são interligados - o Cerrado, por exemplo, alimenta os outros. Um dos princípios do nosso trabalho é mostrar que o homem não está fora desse sistema: nós somos natureza”, afirmou Gentilini.
Ele reforçou ainda que a iniciativa busca integrar arte, cultura e saberes ancestrais dos povos originários, promovendo uma “transversalidade total” entre expressão cultural e preservação ambiental.
Homenagem a ícones da conservação
A exposição presta tributo à ilustradora Margaret Mee, pioneira da arte botânica no Brasil, e ao paisagista Roberto Burle Marx, reconhecido por transformar o paisagismo em arte e valorizar a flora nacional. Entre as obras em destaque está uma aquarela de Mee que retrata uma rara cactácea de floração noturna.
“Pensei que seria muito importante homenagear essas duas figuras que foram ícones da preservação e conservação num tempo em que isso ainda não era tão falado”, acrescentou Gentilini.
A parceria com o Royal Botanic Gardens - Kew também pretende ampliar a visibilidade internacional do Bosque Rodrigues Alves, considerado um dos mais importantes fragmentos de Floresta Amazônica em área urbana. A mostra conta ainda com o apoio da TBN Atlantic Rainforest, empresa voltada à recuperação da Mata Atlântica, e da Aware Medicina Sistêmica, da Espanha, que desenvolve projetos sobre a relação entre ecossistemas e saúde.
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Programação continua no Bosque
As atividades no Bosque Rodrigues Alves seguem ao longo de novembro. No dia 11, será aberta a Exposição do Exército Brasileiro, que permanece até o dia 21 e traz demonstrações sobre técnicas de sobrevivência na selva, montagem de cabanas, segurança e práticas usadas em missões na Amazônia.
O Bosque funciona de quinta a domingo, das 8h às 16h, e permanece fechado às segundas-feiras para manutenção. O ingresso custa R$2,00, com entrada gratuita para crianças de até seis anos, idosos e pessoas com deficiência. Crianças de sete a doze anos pagam meia-entrada, e no último domingo de cada mês, o acesso é gratuito para todos os visitantes.
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