Entre colunas de fumaça e barricadas improvisadas, a última terça-feira (28) no Rio de Janeiro viveu a operação policial mais letal da história da cidade. O confronto, que reuniu milhares de agentes, expôs a força das facções criminosas e a atuação de criminosos vindos de outros estados, incluindo o Pará, reforçando a dimensão interestadual do crime organizado.
A ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, realizada com apoio da Polícia Militar nos complexos do Alemão e da Penha, tinha como alvo o Comando Vermelho e resultou em 64 mortes e 81 prisões (números oficiais). Entre os 100 alvos, 32 eram investigados paraenses, suspeitos de coordenar crimes à distância no Pará, incluindo tráfico de drogas, homicídios, roubos e organização criminosa, segundo informações da Polícia Civil do Pará.
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COLETIVA DE IMPRENSA
O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), detalhará nesta quarta-feira (29) os desdobramentos da operação e outras ações de combate a organizações criminosas desenvolvidas de forma integrada com outros estados. O secretário Ualame Machado atenderá a imprensa a partir das 11h45, na sede da Segup, em Belém, na Av. Almirante Barroso, nº 735.
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Na ocasião, será informado que dos 32 paraenses investigados na operação, 10 foram localizados: quatro foram presos e seis mortos em confronto. "Os suspeitos são investigados por envolvimento em crimes como tráfico de drogas, organização criminosa, homicídios e roubos, coordenando ações de grupos criminosos no Pará à distância”, detalhou a Segup. Estes líderes ordenavam crimes cometidos por membros de organizações ainda atuantes no estado, segundo investigações da Polícia Civil do Pará.
LÍDERES CAPTURADOS
Dois dos principais líderes do Comando Vermelho com ligação à região do Lago de Tucuruí, no Pará, também foram detidos: Rodrigo de Jesus Coelho, o "RD", alvo de dois mandados de prisão por tentativa de latrocínio, e Joelison de Jesus Barbosa, o "Fuzue", autuado em flagrante por porte ilegal de arma de uso restrito.
Após a operação, o tráfico reagiu com represálias em diversas regiões do Rio, incluindo barricadas e queima de veículos na Linha Amarela, Grajaú-Jacarepaguá e Rua Dias da Cruz, no Méier. Em razão da escalada da violência, o Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o estágio operacional da cidade para nível 2, mobilizando todo o efetivo da Polícia Militar e suspendendo atividades administrativas.
Cerca de 2.500 agentes das forças de segurança do Rio participaram da operação, que visou cumprir 100 mandados de prisão e desarticular o controle do Comando Vermelho sobre territórios estratégicos da Zona Norte. Testemunhas relataram intenso tiroteio, com drones lançando explosivos e criminosos fugindo em fila indiana pelas áreas altas das comunidades, lembrando cenas registradas durante a ocupação do Alemão em 2010.
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