Construir ou reformar está cada vez mais caro no Pará. E a subida de preço dos materiais de construção não impacta somente no orçamento de quem quer fazer uma melhoria em casa. O próprio setor da Construção Civil tem sentido os reflexos disto, tanto é que o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) fez uma pesquisa para verificar quais os itens que estavam pesando e constatou que o preço do cimento e do aço aqui estão entre os mais altos do Brasil.
Para se ter ideia, o preço do cimento do tipo P II, em sacas de 5 kg, aumentou 27,77% de junho para julho, sendo comercializado em média a R$ 26,48. O valor chega a ser 82,49% mais caro que preço praticado no estado de Alagoas, por exemplo, onde o cimento é comercializado em média a R$ 14,51. Na Paraíba, o cimento é comercializado por R$ 17,50, segundo o levantamento do Sinduscon.
“É inaceitável que o Pará esteja entre os Estados com o cimento mais caro do país. Temos duas fábricas aqui e elas recebem incentivos do governo”, frisou o presidente do Sinduscon, Alex Carvalho. “O valor do cimento impacta tanto em obras públicas quanto nas obras privadas. As empresas, uma hora ou outra, terão de repassar os valores aos clientes e isto vai tornar o projeto mais caro e não é justo porque os clientes também estão enfrentando uma crise financeira”, ressalta.
Carvalho frisou ainda que a matéria prima do material é nacional, o que pode derrubar qualquer argumento de que a alta do dólar possa estar influenciando na subida do preço. “Pode até explicar, mas não justifica!”, afirma. “As fábricas podem até ter explicações, mas estão sendo oportunistas diante desse momento de pandemia que o país está enfrentando”, define Carvalho.
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Dono de uma loja de materiais de construção há 8 anos no bairro da Sacramenta, em Belém, Manoel Batista disse que o preço do cimento passou a aumentar desde maio. “Antes da pandemia eu comprava a saca a R$ 28, agora cada saca me custa R$ 39”, disse o empresário. “Eu vendo por R$ 42, mas não posso dizer que meu lucro seria de 3 reais porque preciso colocar na ponta do lápis o gasto com combustível para a entrega e o valor da mão de obra dos entregadores”, pontua o comerciante.
Na lista de pesquisa do Sinduscon, os preços do aço CA-50 e do concreto usinado FCK 25 também colocam o Pará na lista dos estados com os insumos mais caros do Brasil. O preço médio do aço no Pará está R$ 4,03, enquanto que no Ceará este item é comercializado em média a R$ 3,20. Entre janeiro a agosto, o preço do aço no Pará aumento 27,77%, indo de R$ 3,42 em janeiro para R$ 4,37 em agosto. O concreto sofreu reajuste de 5,26% entre janeiro a agosto. Atualmente é comercializado, em média, a R$ 385 aqui no Estado. Alagoas tem o menor preço, segundo a lista do Sinduscon, custando em média R$ 224,43 por lá.
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