Em tempos de intensa vigilância judicial e tensão política, até instrumentos de monitoramento eletrônico acabam assumindo papel central em crises que movimentam o noticiário. Quando um equipamento destinado apenas a registrar deslocamentos apresenta danos incomuns, o episódio rapidamente ultrapassa o campo técnico e se transforma em assunto de repercussão nacional - como ocorreu no mais recente caso envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) informou, neste sábado (22), que a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro apresentava "sinais claros e importantes de avaria", incluindo "marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local do encaixe/fechamento do case".
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A constatação reforçou o entendimento de que o equipamento fora violado, o que embasou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou a prisão preventiva do ex-presidente. Segundo Moraes, a violação ocorreu às 0h08 deste sábado, em meio ao risco de fuga e à suspeita de tentativa de "tumulto" para buscar benefícios pessoais.
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Horas após a prisão, a Seape-DF divulgou um vídeo em que Bolsonaro admite ter usado um ferro de solda para danificar a tornozeleira eletrônica que o monitorava. Nas imagens, ele diz à Polícia Federal que mexeu no equipamento "por curiosidade" e tentou abri-lo com a ferramenta.
ALERTA SOOU POR VOLTA DA MEIA-NOITE
O parecer técnico da Seape reforça a gravidade do dano: a tornozeleira apresentava "sinais claros e importantes de avaria" e "marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local do encaixe/fechamento do case".
De acordo com a PF, o alerta de alteração no equipamento soou à meia-noite do sábado (22), embora os danos tenham começado ainda na tarde de sexta-feira (21). A equipe responsável pela segurança do ex-presidente foi acionada imediatamente pela Seape-DF e confirmou a violação, realizando a troca do dispositivo às 1h09. No entanto, a prisão preventiva foi efetuada somente por volta das 6h da manhã.
ALIADOS FALAM EM "SURTO" DO EX-PRESIDENTE
Aliados e integrantes da defesa afirmam que Bolsonaro estaria em "surto" ou crise de ansiedade no momento em que decidiu utilizar o ferro de solda, argumento que deve ser apresentado para tentar converter a prisão preventiva em domiciliar. Investigadores, porém, sustentam que o próprio ex-presidente reconheceu o uso do material de soldagem para forçar a abertura do equipamento de monitoramento.
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