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Alerta: AVC atinge jovem de 25 anos e expõe risco raro

Ana Carolina Moraes teve hemorragia cerebral causada por MAV e segue em reabilitação; sintomas foram confundidos com ansiedade

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Imagem ilustrativa da notícia Alerta: AVC atinge jovem de 25 anos e expõe risco raro camera Ana Carolina se recupera após AVC grave provocado por malformação cerebral. | Reprodução

A advogada Ana Carolina Gianella Mondadori Moraes, de 25 anos, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico grave em abril deste ano, causado por uma malformação arteriovenosa (MAV) cerebral, condição rara e silenciosa. O episódio ocorreu enquanto ela já estava em um hospital, o que foi determinante para que recebesse o atendimento necessário a tempo. Atualmente, a jovem está em fase de reabilitação e utiliza as redes sociais para conscientizar outras pessoas sobre o tema.

O AVC ocorreu no último dia 04 de abril. Dois dias antes, Ana havia passado por uma cirurgia de septo nasal. Ela conta que começou a sentir uma dor de cabeça extremamente forte, acompanhada de um pico de pressão arterial. “Senti uma dor de cabeça fortíssima, como nunca antes. Minha pressão chegou a 20 por 13”, relata. Apesar de acreditar que o mal-estar fosse efeito da anestesia ou da medicação, a mãe e o namorado dela insistiram para que ela fosse ao hospital.

No pronto-socorro, a advogada foi medicada, mas a dor não cedeu até a aplicação de morfina. Pouco depois, os sintomas começaram a evoluir rapidamente. “O primeiro sintoma foi começar a falar enrolado. Os enfermeiros e minha mãe acharam que era efeito da morfina (...) Pouco depois, quando o enfermeiro tentou me levantar, eu caí. Meu braço e minha perna do lado direito ficaram totalmente moles”, compartilhou.

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O diagnóstico indicou um AVC hemorrágico grave. A primeira tomografia apontava 6,5 cm³ de sangue no cérebro. Na última, esse número já havia subido para 25 cm³. “Os médicos chegaram a dizer que não sabiam se eu iria sobreviver, porque o AVC foi muito grave: era hemorrágico e não parava de sangrar”, relatou Ana.

A causa foi uma malformação arteriovenosa cerebral, mais conhecida como MAV, uma condição em que artérias e veias se conectam de forma anômala, sem os capilares intermediários, o que forma um emaranhado de vasos frágeis e suscetíveis a rompimentos.

De acordo com a neurologista Bruna Proença, do Hospital Nove de Julho, a MAV pode permanecer assintomática por toda a vida. Quando há sintomas, os mais comuns incluem cefaleias intensas, crises epilépticas e alterações neurológicas progressivas. Em casos mais graves, como o de Ana, pode haver hemorragia cerebral com perda de consciência, dificuldades motoras e de fala.

“O diagnóstico é feito com tomografia ou ressonância magnética. No entanto, o exame mais preciso é a angiografia cerebral, que detalha a anatomia dos vasos e orienta o tratamento”, explica a especialista.

Cirurgia e dias críticos na UTI

Após a confirmação do AVC, Ana foi submetida a uma cirurgia para a retirada da lesão cerebral. Ela ficou 15 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e mais 21 dias em um quarto hospitalar. "Despertei depois de 18 horas, sem conseguir falar e sem ainda mover o lado direito do meu corpo. Apesar da gravidade, não precisei de oxigênio. Passei 18 dias sem falar e sem ingerir nada sólido ou líquido, apenas com sonda gástrica”, contou.

Durante a internação, ela compartilhou o acolhimento recebido na UTI humanizada. “Foram dias de muita angústia e dor, mas também de encontros que mudaram minha vida. Na UTI humanizada, conheci anjos disfarçados de médicos, enfermeiros e técnicos. Cada um deles deixou uma marca em mim”, disse.

Reabilitação e uso das redes sociais

Desde a alta hospitalar, Ana Carolina está em tratamento intensivo na Universidade de Caxias do Sul, com sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico. Os progressos têm sido significativos e ela já caminha com o auxílio de uma bengala e recuperou parte dos movimentos do braço e da fala.

“Cada avanço tem sido surpreendente, pois já estou andando com auxílio da bengala e falando praticamente tudo. Meu braço também já está apresentando movimento. O mais difícil é recuperar é a minha mão, por ser a área mais atingida do meu cérebro. Não tem sido fácil, mas eu não vou desistir. Quero voltar a ser 100%”, afirmou.

Além do tratamento clínico, Ana decidiu compartilhar a história dela no TikTok, onde encontrou uma rede de apoio inesperada. Os vídeos da jovem já ultrapassaram 1,3 milhão de visualizações e têm ajudado na recuperação e na autoestima.

“No início, fiquei com medo e vergonha, mas fui mesmo assim e, para minha surpresa, foi maravilhoso e surpreendente o alcance que tive, além de mensagens de apoio de completos desconhecidos, mas que me fizeram ter mais estímulo para encarar tudo de forma mais leve”, relata.

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Alerta para sintomas ignorados

Antes do AVC, Ana já convivia com dores de cabeça recorrentes desde a infância. Fez diversas tomografias e ressonâncias ao longo da vida, sem que nenhuma alteração fosse identificada. Nos últimos anos, passou a apresentar quadros de hipertensão e chegou a procurar atendimento médico emergencial duas ou três vezes.

“Fui ao cardiologista, fiz todos os exames e, como não aparecia nenhuma alteração, ele acreditou que fosse ansiedade. Nesses atendimentos, também faziam tomografia da cabeça, porque eu sentia dores muito fortes. Mas nada era identificado”, recordou.

O caso da jovem serve de alerta para jovens e profissionais de saúde de que sintomas persistentes, como dores de cabeça intensas e pressão alta sem causa aparente, merecem investigação aprofundada.

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