
Jair Bolsonaro (PL) cancelou agendas que tinha nesta sexta (20) em Goiás e voltou para Brasília após sentir um mal-estar. O médico que operou o ex-presidente há dois meses vem neste sábado (21) para Brasília para realizar novos exames.
Prefeito de Anápolis (GO), Márcio Corrêa (PL), anunciou cancelamento de agenda de Bolsonaro nas redes sociais. Segundo o UOL apurou, o ex-presidente estava em Goiânia e sequer chegou a viajar para a cidade por causa da situação de saúde.
O incômodo era tamanho que ele estava num evento pela manhã e preferiu não discursar. O ex-presidente permaneceu no local por 20 minutos e foi para uma sala repousar na tentativa de melhorar. Na sequência, decidiu retornar para Brasília.
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Bolsonaro marcou uma consulta para amanhã com Claudio Birolini. Cirurgião que operou o ex-presidente em abril, Birolini virá de São Paulo para examinar o ex-presidente no DF Star, hospital onde ocorreu o procedimento.
Ex-presidente se recuperou do mal-estar após tomar remédios, mas ficou sonolento. Pessoas que estiveram com o ex-presidente em Goiás e aliados tentaram minimizar o incômodo afirmando que não é nada grave. Ele está em casa descansando.
Bolsonaro dava indícios de não estar bem desde quinta-feira. Na noite da última quinta, ele discursava em uma solenidade na Câmara Municipal de Aparecida e Goiânia (GO) e soltou um soluço muito forte.
O ex-presidente justificou que estava "muito mal" e "vomitava dez vezes por dia". Ele explicou sua situação: "Desculpa aí, que eu tô muito mal. Vomito dez vezes por dia. Talvez desce a primeira [vomitada] daqui a pouco, aí".
Bolsonaro insistiu na agenda e compareceu a um churrasco num frigorífico em Goiânia na manhã de hoje. CEO da empresa e amigo do ex-presidente, Leandro Batista da Nóbrega serviu carne assada para apoiadores que chegaram a partir das 9h30.
O evento tinha caráter eleitoral para o ex-presidente. Vídeo publicado nas redes sociais do empresário mostra Bolsonaro chegando a um estabelecimento que estava vestido de verde e amarelo. Até os pratos de papelão que serviam a picanha que tinha a foto de Bolsonaro na embalagem tinham a bandeira do Brasil estampada.
Esta foi a segunda viagem interrompida por Bolsonaro no ano. Em abril, ele estava no Rio Grande do Norte para inaugurar uma série de visitas ao Nordeste, aproveitando a queda da popularidade de Lula (PT) na região.
Os eventos foram cancelados porque o ex-presidente passou mal na cidade de Santa Cruz (RN). Ele foi transportado de helicóptero para Natal e precisou ser internado para os cuidados iniciais.
Assim que as condições clínicas permitiram, Bolsonaro viajou de UTI aérea para Brasília. Exames comprovaram a necessidade de cirurgia porque havia problemas no intestino - consequência da facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018.
A operação durou 12 horas e foi descrita como "extremamente complexa" pelo médico que amanhã vai examinar o ex-presidente. A alta ocorreu depois de três semanas de internação e havia determinação de evitar esforços por pelo menos dois meses.
A recomendação não foi obedecida. Na mesma semana, Bolsonaro esteve no carro de som para participar de uma manifestação em Brasília que pedia anistia aos presos do 8 de Janeiro.
O ex-presidente se submeteu a 7 cirurgias em decorrência da facada. A última foi a mais complexa e resultou na perda de mais de 20 quilos, de acordo com apuração do UOL.
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A operação mais recente foi usada politicamente pela família Bolsonaro. Responsável pela comunicação digital do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro foi para o hospital e publicou vídeos de fisioterapia, discursos e até a imagem do abdômen aberto com as vísceras expostas. A intenção era apresentar o pai como homem forte e resiliente.
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