
Como acontece todos os anos, os consumidores brasileiros devem se preparar para o reajuste nos preços dos medicamentos, aplicado sempre no final de março. No entanto, em 2025, o impacto será menor para a maioria dos remédios, de acordo com a resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (31). Os índices médios de aumento serão os mais baixos desde 2018 para os produtos de ampla concorrência.
Embora o teto do reajuste tenha sido fixado em 5,06%, correspondente à inflação acumulada em 12 meses, esse percentual só incidirá sobre 7,8% dos medicamentos. A maior parte dos produtos terá aumentos menores: 3,83% para 15% dos remédios e 2,6% para 77,2% do total.
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Vale ressaltar que o reajuste não é automático. Ele depende do envio de relatórios de comercialização pelas empresas farmacêuticas à Cmed e só será repassado aos consumidores à medida que as farmácias renovarem seus estoques.
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CRITÉRIOS DE CÁLCULO
A metodologia para definir os aumentos segue a Lei 10.742/2003, que regula os preços dos medicamentos no país. A base do cálculo é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado até fevereiro. Sobre esse índice, a Cmed aplica três fatores:
- Fator X: Redução baseada na produtividade da indústria farmacêutica;
- Fator Y: Ajuste que considera custos não captados pelo IPCA, como energia e variação cambial;
- Fator Z: Influência da concorrência no mercado, que define a divisão dos medicamentos em três níveis.
Neste ano, a produtividade do setor registrou um aumento de 2,459%, enquanto o fator Y foi negativo (-0,70904), resultando em impacto nulo. A classificação dos medicamentos também influencia no reajuste final: produtos com maior concorrência recebem menor desconto, enquanto os de mercados mais concentrados sofrem maior redução no percentual de aumento.
IMPACTO HISTÓRICO
Os reajustes anunciados para os níveis 2 e 3 são os menores desde 2018, quando os aumentos foram de 2,47% e 2,09%, respectivamente. Já o índice de 5,06% aplicado aos medicamentos mais competitivos é superior ao reajuste de 4,5% em 2024, mas inferior ao de 5,6% registrado em 2023.
Dessa forma, embora os preços de alguns medicamentos subam acima da inflação em certos anos, a regulação busca equilibrar os aumentos para garantir acesso aos produtos essenciais sem grandes impactos no orçamento dos consumidores.
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