
Wagner Moura foi eleito o melhor ator na 78ª edição do Festival de Cannes por sua performance em "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho. É a primeira vez que um brasileiro vence o prêmio de interpretação masculina na competição principal do festival.
"Eu tive a sorte de ter a oportunidade de trabalhar com o Wagner Moura, um grande ator e uma grande pessoa. Espero que este filme lhe traga coisas maravilhosas. Obrigado ao júri e à presidente Juliette Binoche", disse Mendonça Filho ao agradecer pelo colega, que não estava presente.
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Fernanda Torres foi a primeira atriz brasileira a ser coroada em Cannes, em 1986, pelo filme "Eu Sei que Vou Te Amar". Em 2008, Sandra Corveloni triunfou pela sua performance em "Linha de Passe".
"O Agente Secreto", filme do pernambucano Kleber Mendonça Filho que disputa a Palma de Ouro, a principal láurea do Festival de Cannes, venceu também o prêmio da Fipresci, a Federação Internacional de Críticos de Cinema. A entrega da Palma de Ouro está programada para a tarde deste sábado (24).
A associação reúne jornalistas de cerca de 50 países. "Escolhemos um filme que tem uma generosidade romanística e épica; um filme que permite digressão, diversão, humor e caráter para evocar um tempo, um lugar e uma história rica, estranha e profundamente preocupante de corrupção e opressão", diz a justificativa do prêmio.
"Um filme que faz suas próprias regras, que é pessoal, mas universal, que leva seu tempo e mergulha você em um mundo, o mundo do Brasil governado pelos militares em 1977 e o mundo das pessoas boas em tempos ruins."
"O Agente Secreto" tem como pano de fundo a ditadura militar brasileira, num contexto de naturalização da violência que permite que seu protagonista, um pesquisador vivido por Wagner Moura, seja perseguido após um desentendimento na universidade onde trabalhava.
Neste sábado, "O Agente Secreto" tem boas chances de vencer a Palma de Ouro. Seus principais adversários, de acordo com as avaliações de críticos e o burburinho até agora, são o iraniano "It Was Just an Accident", de Jafar Panahi, "Sentimentl Value", de Joachim Trier, e "Two Prosecutors", de Sergei Loznitsa.
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MELHOR DIREÇÃO
O longa venceu também o prêmio de direção no Festival de Cannes, neste sábado (25). A vitória acontece seis anos depois de o diretor pernambucano levar o prêmio do júri para casa por "Bacurau".
O longa se passa em Recife, em 1977, e é protagonizado por Wagner Moura, que vive um pesquisador perseguido por homens truculentos. Apesar de a história não ser exatamente sobre a ditadura militar, ela denuncia a violência e a corrupção que marcaram o período. A trama mistura elementos fantásticos com a realidade para refletir sobre a reconstrução da memória.
"O Agente Secreto" foi bem recebido por críticos e jornalistas após sua estreia no festival, na semana passada, e era esperado que levasse algum prêmio para casa.
O prêmio de agora encerra um ano histórico para o Brasil em Cannes, com recorde de profissionais no Mercado do Filme, área de negócios que elegeu o país como grande homenageado desta edição.
O prêmio também reforça o bom momento do cinema brasileiro, que acaba de vencer seu primeiro Oscar de filme internacional, por "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, e o Urso de Prata no Festival de Berlim, por "O Último Azul", de Gabriel Mascaro.
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