plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 24°
cotação atual R$


home
DESCOBERTAS

Gravuras revelam como primeiros humanos enfrentaram o deserto

Descubra como gravuras rupestres de 12 mil anos revelam a adaptação dos primeiros humanos ao deserto da Arábia e suas estratégias de sobrevivência.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Gravuras revelam como primeiros humanos enfrentaram o deserto camera Diferente de achados anteriores, em que as gravuras estavam escondidas em fendas, os achados no deserto de Nefud ficam à exposição da luz do Sol | Foto: Maria Guagnin/Nature Communications

A sobrevivência em ambientes extremos sempre foi um dos maiores desafios da humanidade. Na imensidão árida do deserto da Arábia, há milhares de anos, comunidades humanas encontraram formas criativas e simbólicas de lidar com a escassez de água e recursos. Um novo estudo arqueológico revela que gravuras rupestres de animais não serviam apenas como expressão artística, mas também como marcadores estratégicos de fontes de água vitais para a vida no deserto.

Painéis recém-descobertos com mais de 170 gravuras rupestres revelam que, há milênios, antigos habitantes da Península Arábica marcavam lagos sazonais e áreas de sobrevivência em regiões hoje inóspitas.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:

Artes rupestres de camelos de 12 mil anos sinalizam fontes de água no deserto

Nas paredes de penhascos do deserto de Nefud, ao norte da Arábia Saudita, imagens de camelos e outros animais foram entalhadas na rocha. Com o tempo, muitas dessas figuras quase desapareceram devido à erosão natural. Essas artes rupestres, com cerca de 12 mil anos de idade, foram identificadas por uma equipe internacional de arqueólogos, que destacam o papel simbólico e funcional dessas gravuras: indicar a presença de água em meio ao deserto.

“Essa forma única de expressão simbólica pertence a uma identidade cultural distinta, adaptada à vida em um ambiente árido e desafiador”, afirmou Faisal Al-Jibreen, da Comissão de Patrimônio do Ministério da Cultura da Arábia Saudita.

Uma galeria de arte a céu aberto

Entre 10 mil e 6 mil anos atrás, o atual deserto saudita era um cenário muito diferente. A região vivia um período mais úmido, com pastagens e lagos sazonais que serviam de apoio a pastores e seus rebanhos.

A descoberta das pinturas no deserto de Nefud faz parte do projeto Green Arabia, que investiga como mudanças climáticas afetaram a ocupação humana na região durante essas fases mais favoráveis do clima.

A expedição de 2023 identificou 176 gravuras rupestres distribuídas em mais de 60 painéis, localizados em três áreas até então inexploradas: Jebel Arnaan, Jebel Mleiha e Jebel Misma. Segundo o artigo publicado na revista Nature Communications, a maioria das gravuras representa animais em tamanho real, como camelos, íbex, gazelas, asnos selvagens e até auroques — uma espécie ancestral do boi.

Um dos painéis mais impressionantes mostra camelos sobrepostos gravados em um penhasco a 39 metros de altura, o que sugere um significado especial para aquelas imagens, considerando o esforço necessário para esculpi-las em locais tão altos e de difícil acesso.

Arte, ferramentas e tempo

Em artigo publicado no site The Conversation, a pesquisadora Maria Guagnin e colegas descreveram o realismo das figuras e relataram a descoberta de camadas arqueológicas intactas logo abaixo das gravuras. Em uma dessas camadas, foi encontrada uma ferramenta usada na produção da arte rupestre — um achado raro e significativo.

Utilizando a técnica de datação por luminescência, que mede quando os sedimentos foram expostos à luz solar pela última vez, os pesquisadores determinaram que a camada em que a ferramenta foi achada tem cerca de 12 mil anos. Isso confirma a antiguidade das gravuras e reforça sua importância histórica.

Rumo ao coração do deserto

As descobertas ampliam a compreensão sobre os primeiros grupos humanos que se aventuraram no interior do deserto arábico, logo após o fim da última era glacial, quando a região começava a emergir de um período de seca severa.

Quer saber mais notícias de curiosidade?Acesse nosso canal no Whatsapp

As gravuras funcionavam não apenas como arte, mas como verdadeiros sinais de sobrevivência. Elas indicavam onde encontrar água em um ambiente que, com o tempo, se tornaria cada vez mais hostil. Embora ainda não se saiba com certeza o motivo exato da escolha dos animais e locais representados, essas imagens permanecem como testemunhos silenciosos da engenhosidade humana diante da adversidade.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Curiosidades

    Leia mais notícias de Curiosidades. Clique aqui!

    Últimas Notícias