Tem papel com pauta? Como se viravam os alunos nos anos 80?

Muito antes da chegada dos editores de texto, do Ctrl+C/Ctrl+V e das impressoras jato de tinta, os trabalhos escolares exigiam letra caprichada, caneta azul e uma boa pilha de folhas pautadas ou folhas de papel almaço. Esse formato marcou a rotina de milhares de estudantes nos anos 1980, 1990 e início dos anos 2000, quando o uso do computador ainda não era acessível à maioria das famílias.

A folha pautada, vendida em pacotes nas papelarias, tinha linhas azuis e margens vermelhas que orientavam a escrita manual. Era o padrão usado em redações, pesquisas, resumos e até cartinhas de amizade. Muitos alunos faziam primeiro um rascunho para depois passar a limpo — e quem errava demais precisava começar tudo de novo.

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Esse cenário começou a mudar a partir da segunda metade dos anos 2000. Segundo dados da pesquisa TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), em 2005, apenas 13% das famílias brasileiras com renda de até 2 salários mínimos tinham computador em casa. Já em 2011, esse número subiu para 44%. A partir de então, o uso de computadores para fazer trabalhos escolares se tornou cada vez mais comum.

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Além disso, programas como o ProInfo, criado pelo Ministério da Educação em 1997, começaram a equipar escolas públicas com laboratórios de informática. Mesmo assim, o acesso ainda era restrito e, por muitos anos, as folhas pautadas seguiram sendo essenciais na vida escolar.

Hoje, a maioria dos trabalhos são digitados e enviados digitalmente, mas a lembrança da folha pautada permanece viva na memória de quem viveu a época em que a letra bonita e o cuidado com a apresentação faziam parte do boletim.

Em época de provas, quem tinha uma mercearia de bairro, aqueles pequenos comércios, geralmente de famílias, provavelmente se cansava de ouvir tantos estudantes perguntando: "Tem papel com pauta?"

E você, é dessa época ou conseguiu pegar as duas "tecnologias" papel e computador?