plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 27°
cotação atual R$


home
DESCOBERTA

Esqueleto revela como pessoas com deficiências viviam na Idade Média; entenda

Estudo mostra que homem do século XIV recebeu tratamento médico e teve enterro de prestígio, desafiando estigmas da época

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Esqueleto revela como pessoas com deficiências viviam na Idade Média; entenda camera Descoberta revela que quem tinha deficiência podia receber cuidados de longo prazo e ser enterrado como uma pessoa de destaque. | Blair Nolan et.al

Um esqueleto descoberto no sul da Suécia está desafiando antigas suposições sobre a forma como pessoas com deficiência eram tratadas na Idade Média.

De acordo com um estudo publicado na revista Open Archaeology, o homem, que viveu entre 1300 e 1536 d.C., recebeu cuidados médicos de longo prazo e foi enterrado em um local de prestígio, próximo à torre de uma igreja, privilégio que era reservado a indivíduos de status elevado.

O esqueleto, identificado como “indivíduo 2399”, foi encontrado em um cemitério na cidade de Lund. A análise osteológica aponta que ele sofreu, por volta dos 20 anos, uma fratura grave no fêmur esquerdo, que o deixou com mobilidade reduzida.

Segundo os pesquisadores, a lesão pode ter sido causada por um acidente de trabalho, como o impacto de uma pedra ou o coice de um cavalo. A fratura comprometeu permanentemente a capacidade do homem de andar, exigindo o uso de muletas ou algum tipo de apoio.

Apesar da deficiência física, o homem recebeu tratamento médico, o que inclui o uso de pomadas à base de lavanda, ópio e álcool para aliviar dores, além de procedimentos para tratar uma inflamação óssea, como drenagem de pus e curativos regulares.

A conclusão foi possível graças a uma abordagem inédita feita pelos pesquisadores, que combinaram modelagem 3D com técnicas osteológicas e a análise de registros históricos digitalizados.

Conteúdos relacionados:

O estudo também revelou uma nova visão sobre o contexto social e religioso em que viveu o indivíduo. Na Idade Média, pessoas com deficiência eram frequentemente vistas sob a ótica da punição divina ou do pecado e algumas leis da época previam mutilações como penalidade criminal, o que reforçava a associação entre deficiência e desvio moral.

No entanto, os mesmos códigos religiosos também promoviam ações de caridade. Mosteiros atuavam como centros de cuidados e distribuição de esmolas, prestando assistência a pessoas com enfermidades ou deficiências.

Dessa forma, a condição física do indivíduo 2399 mostrou o homem não foi impedido de receber tratamento contínuo nem o privou de reconhecimento social. O local onde o homem foi enterrado reforça essa hipótese.

Quer saber mais de curiosidades? Acesse o nosso canal no WhatsApp

Na época, quanto mais próximo do altar ou das fundações da igreja o corpo era sepultado, maior era o status do falecido. O homem foi colocado sobre as pedras da base da torre da igreja, um sinal claro de prestígio.

Para os autores do estudo, o caso evidencia que a percepção da deficiência na Idade Média era mais complexa do que se pensava. “Deduzir normas sociais relativas à deficiência física e à incapacidade a partir de textos religiosos e jurídicos é difícil porque apresenta uma perspectiva idealizada”, afirma Blair Nolan, pesquisadora da Universidade de Lund. "Podemos enriquecer nossa compreensão da deficiência e da identidade por meio de análises osteológicas e arqueológicas detalhadas".

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Curiosidades

    Leia mais notícias de Curiosidades. Clique aqui!

    Últimas Notícias