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DESCOBERTA

Fóssil de 506 milhões de anos revela predador de três olhos

Descoberta de "mariposa marinha" abre novas possibilidades para entender a diversidade dos primeiros artrópodes

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Imagem ilustrativa da notícia Fóssil de 506 milhões de anos revela predador de três olhos camera Fóssil de 506 milhões de anos encontrado em rochas canadenses oferece visão rara sobre os primeiros artrópodes. | Jean-Bernard Caron

Paleontólogos fizeram uma descoberta que pode mudar a compreensão sobre a evolução dos artrópodes modernos. Um fóssil de 506 milhões de anos, encontrado no Burgess Shale, na Colúmbia Britânica, revela uma nova espécie de predador marinho com três olhos e características anatômicas nunca vistas antes.

Apelidada de Mosura fentoni, ou "mariposa marinha", a criatura pertence ao grupo dos radiodontes, um dos primeiros ramos dos artrópodes, que inclui os ancestrais de insetos, aranhas e crustáceos.

O Mosura fentoni era um predador microscópico que nadava nos oceanos primitivos da Terra. A descoberta é fruto de mais de 60 fósseis bem preservados, coletados entre 1975 e 2022 por paleontólogos do Museu Real de Ontário.

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O estudo sobre essa espécie foi publicado na Royal Society Open Science no dia 13 de junho de 2023 e revela detalhes sobre a anatomia do animal, além de oferecer novas pistas sobre a evolução dos artrópodes modernos.

Embora os radiodontes já tenham sido extintos, os fósseis encontrados fornecem novas compreensões sobre como os artrópodes, hoje representando mais de 80% das espécies animais vivas, se desenvolveram.

“A nova espécie enfatiza que estes primeiros artrópodes já eram surpreendentemente diversos e estavam se adaptando de maneira comparável aos seus parentes modernos distantes”, disse o coautor do estudo, Dr. Jean-Bernard Caron, curador de Paleontologia de Invertebrados do Museu Real de Ontario em Toronto, em um comunicado.

Características únicas nunca vistas antes

O fóssil do Mosura fentoni apresenta uma série de características anatômicas raras que ainda não haviam sido observadas em nenhum outro radiodonte.

Uma das descobertas é uma região abdominal segmentada com 16 partes, que inclui brânquias na parte traseira, uma adaptação respiratória semelhante à encontrada em caranguejos-ferradura e outros artrópodes modernos.

Segundo Moysiuk, essa adaptação pode ser um exemplo de convergência evolutiva, onde estruturas semelhantes evoluem de forma independente em diferentes grupos.

Imagem (à esquerda) destaca o formato do corpo, enquanto a outra (à direita) mostra traços refletivos do intestino, sistema circulatório, olhos e sistema nervoso.
📷 Imagem (à esquerda) destaca o formato do corpo, enquanto a outra (à direita) mostra traços refletivos do intestino, sistema circulatório, olhos e sistema nervoso. |Jean-Bernard Caron

Além disso, o Mosura se destaca por um terceiro olho centralizado na cabeça, maior e mais conspícuo do que os olhos adicionais encontrados em outros artrópodes, como insetos e crustáceos.

A presença desse olho único e a anatomia geral sugerem que o animal possuía uma visão especializada, possivelmente ajudando-o a se orientar enquanto nadava.

Movimentos subaquáticos e alimentação

Com o tamanho aproximado de um dedo indicador, o Mosura fentoni provavelmente se movia pelos oceanos de maneira semelhante a uma raia, utilizando as nadadeiras para "voar" sob a água.

A boca do animal, com formato de apontador de lápis, era alinhada com fileiras de placas serrilhadas, uma adaptação única para captura de presas.

As garras frontais do Mosura, também bem preservadas, foram descritas como espinhos longos e bifurcados, em contraste com as garras espinhosas mais comuns encontradas em outros radiodontes.

Esses espinhos poderiam ter sido usados para capturar presas menores e movê-las em direção à boca. Embora ainda não haja uma certeza absoluta sobre a dieta do animal, o Mosura provavelmente se alimentava de vermes poliquetas, pequenos artrópodes e outros organismos marinhos que habitavam o fundo do mar.

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Implicações para o estudo da evolução

A descoberta do Mosura fentoni desafia algumas suposições anteriores sobre a evolução dos radiodontes, especialmente em relação à estrutura do corpo do animal.

Com conjunto único de características, o fóssil fornece um novo olhar sobre como esses artrópodes primitivos se adaptaram ao ambiente marinho.

A segmentação inesperada do corpo pode oferecer pistas sobre a transição de organismos vermiformes para a organização corporal mais complexa observada em muitos artrópodes modernos.

De acordo com o paleontólogo Rudy Lerosey-Aubril, essa descoberta pode representar um vislumbre raro dos primeiros estágios do desenvolvimento dos radiodontes, antes que as mudanças evolutivas resultassem na estrutura corporal mais padronizada observada em muitas espécies conhecidas atualmente.

Burguess Shale

Burgess Shale, onde os fósseis de Mosura fentoni foram encontrados, fica localizado nas Montanhas Rochosas canadenses e é famoso pela capacidade de preservar com incrível detalhe os organismos do Período Cambriano, há mais de 500 milhões de anos. O local tem sido fundamental para o estudo da fauna marinha primitiva.

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