
Uma réplica digital em tamanho real do Titanic, criada a partir de mais de 700 mil imagens subaquáticas, trouxe novos dados sobre o naufrágio ocorrido em 1912. O escaneamento tridimensional permitiu a reconstrução detalhada do navio e identificou elementos estruturais que ajudam a explicar as causas da tragédia.
O Titanic, localizado a 3.800 metros de profundidade no oceano Atlântico, foi mapeado com o uso de veículos subaquáticos operados remotamente. A digitalização em 3D permitiu visualizar pela primeira vez toda a extensão do naufrágio, incluindo a proa preservada e a popa deformada pelo impacto com o solo marinho.
Uma das áreas analisadas com mais detalhes foi a sala de caldeiras, situada na seção dianteira do navio. O modelo mostra caldeiras ainda em posição funcional e uma válvula de vapor aberta, o que indica que o sistema de energia elétrica operava até os momentos finais do navio.
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Nova simulação computacional explica rompimento do casco
Uma equipe da University College London criou uma simulação digital baseada nas plantas originais do Titanic, com informações sobre velocidade, direção e impacto com o iceberg. A análise identificou que o casco sofreu pequenas perfurações, semelhantes em tamanho a folhas de papel A4, ao longo de uma área extensa. Embora pequenas, essas aberturas permitiram o alagamento progressivo de seis compartimentos, superando a capacidade de flutuação do navio.
Esses dados reforçam a hipótese de que o projeto original previa resistência apenas para o comprometimento de até quatro compartimentos, o que não foi suficiente para conter a entrada de água após o impacto.
Escotilha danificada e evidências no local do naufrágio
O escaneamento também identificou uma escotilha danificada na área da colisão, compatível com relatos de sobreviventes que mencionaram o ingresso de gelo em cabines próximas. De acordo com pesquisadores, os dados digitais permitem observar o naufrágio como uma cena de investigação, onde cada detalhe pode contribuir para entender a sequência dos eventos.
A tecnologia empregada também capturou vestígios pessoais dos passageiros, espalhados pelo fundo do mar, reforçando a dimensão humana da tragédia que causou a morte de cerca de 1.500 pessoas.
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Estudo sobre ações da tripulação
O escaneamento permitiu observar sinais de funcionamento dos sistemas internos até os últimos momentos. Segundo registros, engenheiros permaneceram operando os equipamentos para manter as luzes acesas enquanto os botes salva-vidas eram lançados, o que contribuiu para evitar maior desorganização no momento do abandono do navio.
Pesquisas continuam
Especialistas afirmam que a réplica digital ainda será analisada por vários anos. O escaneamento pode oferecer novas interpretações sobre o naufrágio do Titanic, com potencial de revelar informações não acessíveis por métodos tradicionais de exploração subaquática.
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