Estudos recentes mostram que muitas pessoas desenvolvem conexões emocionais com figuras públicas ou personagens fictícios, acompanhando suas rotinas e histórias de perto, mesmo sem conhecê-los pessoalmente. Esse tipo de relação, chamada de relacionamento parassocial, ocorre com frequência em plataformas digitais e envolve músicos, atletas, atores, entre outros. Segundo o cientista social Arthur C. Brooks, essa dinâmica reflete nossa tendência de criar vínculos com figuras que vemos com regularidade, mesmo que sejam fictícias.
Brooks explica que os seres humanos evoluíram em grupos, e essa interação frequente fortalece os laços emocionais. A exposição constante a conteúdos de celebridades ou personagens, seja em redes sociais, livros ou séries, provoca uma identificação emocional. Exemplos como Harry Potter e Breaking Bad são mencionados como obras que envolvem emocionalmente seus públicos, gerando vínculos mesmo com personagens moralmente questionáveis.
Esses relacionamentos trazem benefícios como entretenimento, inspiração e até aprendizado. Além disso, podem ajudar a diminuir a solidão e criar um sentimento de pertencimento. Estudos indicam que relacionamentos parassociais podem impactar positivamente, como no caso de reduzir o estigma em relação à saúde mental, ao promover uma conexão com histórias de superação de celebridades ou influenciadores.
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No entanto, Brooks alerta que há riscos nesses vínculos unilaterais. Por serem conexões que não oferecem reciprocidade, podem gerar solidão e isolamento, além de influências negativas, especialmente em crianças, que podem absorver conteúdos incompatíveis com seus valores familiares.
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Para equilibrar essas relações, é importante identificar sinais de excesso de apego e buscar fortalecer laços reais. Celebridades e influenciadores frequentemente tentam transformar esses vínculos em ganhos financeiros, o que requer atenção por parte dos seguidores. Brooks sugere que, em vez de focar excessivamente em figuras distantes, as pessoas procurem construir conexões mais profundas em suas próprias vidas, promovendo interações sociais reais que atendam às necessidades emocionais.
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