Poucas tecnologias envelhecem tão silenciosamente quanto aquelas que um dia pareceram indispensáveis. O telefone fixo, presença constante em casas, comércios e repartições públicas por décadas, hoje ocupa um espaço quase simbólico em meio à velocidade das mensagens instantâneas e da internet móvel. É nesse cenário de mudança de hábitos e prioridades que o setor de telecomunicações brasileiro se prepara para virar uma página histórica.
A Vivo confirmou que encerrará oficialmente, em 31 de dezembro de 2025, sua concessão de telefonia fixa, colocando fim a um dos serviços mais tradicionais da operadora. A decisão não surge de forma isolada, mas está alinhada a um movimento coordenado com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que vem promovendo a modernização do marco regulatório do setor. A ideia é permitir que as empresas deixem o regime de concessão pública, criado em outra realidade tecnológica, e passem a atuar sob autorizações privadas, mais compatíveis com o atual perfil de consumo.
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A partir de 2026, a Vivo passa a operar nesse novo modelo, com maior flexibilidade para direcionar investimentos e expandir sua atuação. A mudança não representa o desaparecimento completo da telefonia fixa, que será mantida em regiões onde ainda não há alternativas tecnológicas viáveis, mas sinaliza claramente uma alteração de foco. O centro da estratégia passa a ser a conectividade digital, especialmente por meio da expansão da fibra óptica e do fortalecimento das redes móveis.
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NOVOS INVESTIMENTOS
Segundo o plano apresentado, a operadora prevê investir cerca de R$ 4,5 bilhões na construção e ampliação de redes de fibra óptica em 121 municípios brasileiros. Parte dos recursos também será destinada à manutenção do serviço fixo em áreas consideradas essenciais e à ampliação da cobertura móvel em regiões rurais e comunidades com baixo acesso à internet. O discurso oficial aposta na redução da desigualdade digital e na ampliação do acesso a serviços de qualidade como pilares dessa nova fase.
O novo modelo também acompanha uma tendência global do setor, marcada pela digitalização acelerada, pela popularização de aplicativos de comunicação e pela consolidação do 5G. Nesse contexto, a Vivo busca se posicionar como fornecedora de soluções integradas, reunindo internet, telefonia e serviços digitais em uma estrutura mais ágil e competitiva.
FALHAS E INSTABILIDADES NO SERVIÇO
A transição, no entanto, não está livre de cobranças. Procons de diferentes estados têm pressionado a empresa a prestar esclarecimentos diante de reclamações recorrentes sobre falhas de sinal e instabilidade nos serviços. No Tocantins, por exemplo, a operadora foi notificada após consumidores relatarem interrupções frequentes em municípios como Alvorada. Os episódios funcionam como alerta: mais do que anunciar investimentos e mudanças regulatórias, será decisivo transformar o novo modelo em melhorias concretas para quem depende diariamente da conectividade.
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