
Em meio ao crescente movimento de conscientização sobre hábitos alimentares saudáveis, os probióticos vêm conquistando espaço nas dietas e nos estudos científicos devido aos seus amplos benefícios à saúde. Esses microrganismos vivos são conhecidos por fortalecer o sistema imunológico, melhorar a digestão, equilibrar a flora intestinal e até influenciar positivamente a saúde mental.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/OMS), os probióticos são definidos como “microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, têm uma influência positiva na saúde individual”.
Esses microrganismos estão presentes, principalmente, em alimentos fermentados. Durante o processo de fermentação, bactérias vivas e ativas se desenvolvem, proporcionando efeitos benéficos ao organismo e podendo até ajudar na redução de sintomas de determinadas doenças.
Chucrute: um exemplo clássico de alimento probiótico
Originário da Europa Central, o chucrute — repolho fermentado — é um dos alimentos fermentados mais tradicionais e populares. O Código Alimentar Argentino o define como o produto obtido da fermentação láctica natural de folhas finamente picadas de repolho branco (Brassica oleracea). Pode ou não conter temperos e deve apresentar coloração branco-amarelada, acidez em ácido láctico de no mínimo 1%, pH inferior a 4,1 e teor de sal entre 2% e 3,5%.
“É um alimento probiótico porque, durante o processo de fermentação, ocorre a colonização por microrganismos vivos, que passam a compor a microbiota intestinal de quem o consome”, explica Yael Hasbani, consultora em Dietética e Nutrição Natural.
Hasbani destaca que esses microrganismos interagem diretamente com o sistema imunológico, estimulando a maturação das células imunológicas e contribuindo para a manutenção de suas funções normais. “Estudos atuais mostram que quanto mais diversa é a microbiota intestinal, melhor tende a ser nossa resposta imunológica”, afirma.
A conexão intestino-cérebro
O interesse científico pelos efeitos dos alimentos fermentados não se limita ao sistema digestivo. Pesquisadores também têm explorado a chamada conexão intestino-cérebro — uma via bidirecional entre o trato gastrointestinal e o cérebro.
“Há uma ligação direta entre a dieta e o comportamento cerebral, mediada pela saúde da microbiota intestinal”, explica a neurocientista Nicole Avena, professora assistente da Escola de Medicina Mount Sinai, em entrevista ao Medical News Today. Estudos observacionais já apontam uma possível relação entre o consumo de alimentos fermentados e melhorias no humor, além de redução da ansiedade.
Iogurte: fonte de nutrientes e probióticos
O iogurte, um dos alimentos fermentados mais populares, é também uma excelente fonte de nutrientes. Rico em proteínas, cálcio, vitaminas do complexo B, gorduras saudáveis e minerais como fósforo, potássio e magnésio, ele é considerado essencial em uma dieta equilibrada.
“É uma das melhores fontes de cálcio biodisponível, ou seja, o organismo o absorve com facilidade”, explica a nutricionista Milagros Sympson, ao LN Bienestar. Segundo ela, uma porção de 200 gramas pode suprir entre 24% e 30% da necessidade diária de cálcio para adultos, estimada em 1.000 mg pela Organização Mundial da Saúde. A presença de vitamina D (em versões fortificadas) e o ambiente ácido do iogurte ainda favorecem a absorção do mineral.
Sympson também ressalta o papel das vitaminas B2 e B12 no metabolismo energético, na saúde da pele, na formação de glóbulos vermelhos e na manutenção do sistema nervoso.
Kefir: a "bênção" da fermentação
Outro protagonista entre os alimentos probióticos é o kefir. Com origem no Cáucaso e nome derivado do turco que significa “bênção”, o kefir é produzido por meio da fermentação do leite com uma cultura de bactérias e leveduras conhecidas como “grãos de kefir”.
Segundo o livro Iogurte, um Alimento Antigo, publicado pelo Instituto Danone, esses grãos formam ecossistemas complexos que funcionam em harmonia e oferecem benefícios à saúde, graças à presença de lipídios, proteínas, açúcares, bactérias e leveduras.
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Estudos científicos apontam que o consumo regular de kefir aumenta a diversidade bacteriana intestinal, um fator associado à saúde digestiva e à redução do risco de infecções gastrointestinais. Publicação da revista Frontiers in Microbiology também destaca que os probióticos do kefir podem modular a resposta imune e fortalecer a atuação das células T, fundamentais na defesa do organismo.
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Com tantas evidências, fica claro que incluir alimentos fermentados como iogurte, kefir e chucrute na rotina alimentar pode ser um passo importante não apenas para o bem-estar digestivo, mas também para o equilíbrio imunológico e mental.
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