Muitas coisas que ingerimos podem nos fazer mal e com isso, é comum muitas pessoas terem cuidado com o que comem. Por exemplo, alguns alimentos industrializados que contêm altas quantidades em gorduras, açúcar e sal, como os ultraprocessados, podem desencadear quadros de obesidade, hipertensão e diabetes.
Entretanto, nem sempre os riscos vêm dos alimentos. Nos Estados Unidos, as autoridades têm se preocupado com o aumento de uma condição chamada febre de fumaça do polímero, que se popularizou com o termo "gripe de Teflon" (Teflon flu, em inglês).
Dados de um relatório publicado no Whashington Post mostraram que os centros de intoxicações no país receberam mais de 3.600 relatos de casos suspeitos de "gripe do Teflon" nos últimos 20 anos.
Somente no ano de 2023, 267 casos suspeitos da doença associada a um revestimento químico encontrado em algumas panelas antiaderentes, o PTFE (politetrafluoretileno), foram registrados, de acordo com o America's Poison Centers.
O que é a "gripe do Teflon"?
A doença se caracteriza pela febre da fumaça do polímero, que se assemelha à gripe, mas muito pouco reconhecida, associada à inalação de subprodutos originados da degradação térmica em altas temperaturas de fluorcarbonos, como o PTFE.
"O superaquecimento de utensílios de cozinha antiaderentes revestidos de PTFE representa a via mais comum de exposição", indica um artigo publicado na National Library of Medicine que se propõe a descrever a doença.
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A nutricionista especialista em vigilância sanitária, Edvânia Soares diz que o risco da doença tende a aumentar "quando as panelas revestidas com Teflon são aquecidas a uma temperatura acima de 260ºC." Porém, embora o PTFE libere vapores já a partir dos 260°C, os sintomas em humanos geralmente não começam até que o material seja aquecido a 350°C. "Isso gera gases que, quando inalados, podem causar sintomas semelhantes à gripe", completa.
Alguns sintomas podem incluir:
- Dor de cabeça
- Calafrios
- Dor de garganta
- Dor muscular
- Falta de ar
- Aperto no peito
- Tosse
- Febre
Os sintomas geralmente começam em 12 horas após a exposição, mas podem se prolongar por até 24 horas.
A doença é preocupante?
A doença não é perigosa. Além de rara, a febre da fumaça do polímero é uma condição benigna para a maior parte dos casos, sendo na maioria dos registros tem uma recuperação rápida.
Mesmo quando os pacientes apresentam sintomas mais significativos, como edema pulmonar, uma recuperação completa é esperada em até dez dias. A morte por febre dos vapores de polímeros é extremamente rara.
Como se proteger?
Com simples cuidados, dá para se proteger da "gripe do Teflon" adotando cuidados ao usar panelas e materiais revestidos com PTFE.
"Estando ciente dos riscos, é importante evitar aquecer essas panelas antiaderentes por longos períodos", alerta Soares.
Além disso, é importante ficar de olho à vida útil das panelas.
"Panelas que já estão descascadas, danificadas têm que ser substituídas", acrescenta Oppermann. "E o ideal não é nem substituir por outras com Teflon ou antiaderentes, mas sim por outros materiais mais seguros."
Segundo ela, as melhores panelas para se ter na cozinha são as de cerâmica pura, mas ela alerta que é preciso ter atenção para comprar uma de cerâmica mesmo e não uma imitação. "O ferro fundido esmaltado é outra boa opção de material, assim como as panelas de titânio", diz a nutróloga.
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