Oriximiná: clima de guerra entre prefeito e delegado

O clima de guerra política levou um clima de tensão na cidade de Oriximiná, oeste paraense. Após a Câmara do município estudar a pauta sobre a cassação do atual prefeito, Willian Fonseca (PRTB), parlamentares o acusam de perseguição política. Do outro lado, apoiadores do prefeito acusam o delegado da cidade de perseguição contra membros da base governista de Willian.

A polarização política na cidade segue numa escalada. O delegado de Oriximiná, Edmilson Faro, está sendo acusado de agir em retaliação contra o atual prefeito. Um servidor público da prefeitura, Ailton Ferreira da Silva, acusou o delegado de humilhá-lo durante um interrogatório. Do outro lado, vereadoras acusam o prefeito de uma série de crimes, entre os quais violência psicológica contra opositores.

De acordo com o vigia Ailton, o delegado Edmilson é apoiador de um dos grupos políticos da cidade, oposição ao atual prefeito. O delegado mandou uma equipe prender o servidor municipal após a publicação de um vídeo onde o Ailton faz menção a um ataque realizado pela população durante um protesto, no ano passado, contra os vereadores que supostamente votariam pela cassação de Fonseca.

Segundo o servidor, ao chegar na delegacia, o delegado estava acompanhado de três vereadores. Durante a sessão, Edmilson mandou que Ailton tirasse sua roupa e ficasse nu. Após ter seu pedido atendido, o funcionário ouviu diversas humilhações e foi para cárcere logo em seguida. O fato aconteceu no dia 1 de setembro, mas Ailton denunciou agora.

“Estava com minha esposa e chegou uns policiais e pediram pra acompanhar eles na delegacia. Lá tinha três vereadores e o delegado. Ele me esculhambou, depois mandou eu tirar a roupa, falou um monte de coisa pra mim. Depois que me humilharam, me levaram meu telefone, nem com advogado tive contato”, diz Ailton.

Aílton denunciou o caso perpetrado por Edmilson Faro e os demais participantes ao juiz de Oriximiná. Acompanhado na audiência pelo representante do Ministério Público, Dr. Thiago Pereira e pelo Defensor Público Hindemburgo Rabello de Moura, o servidor negou que tenha feito ameaças a vereadores em um vídeo publicado anteriormente. No despacho, O juiz de Oriximiná pede a soltura do servidor por não ter havido “violência real” contra pessoas.

O outro lado

Do outro lado, opositores do atual prefeito, inclusive também vereadores, o acusam de diversas práticas ilícitas, entre elas violência psicológica e difamação contra parlamentares mulheres. A representação foi feita ao Ministério Público do Pará com apoio da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).

De acordo com as parlamentares Josy Seixas (PL), Keké Batista (MDB) e Marta Godinho (PTB), o prefeito tem incentivado a população e apoiadores a promover julgamentos insultos relacionados a boatos sobre a conduta sexual das parlamentares.

Em um vídeo que circula pelas redes sociais, o prefeito William faz chacota com o comportamento das vereadoras após áudios terem se espalhado via WhatsApp.

A Polícia Civil do Pará informou, por meio da Corregedoria Regional do Baixo e Médio Amazonas, que já está apurando o caso.

O DOL não conseguiu contato com a prefeitura de Oriximiná para comentar o caso.