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DIA DO ORGULHO LGBT+

ONG Olivia: o acolhimento e os direitos LGBT+

Criada em 2014, a organização sem fins lucrativos trabalha para a inclusão e saúde de pessoas da comunidade.

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Imagem ilustrativa da notícia ONG Olivia: o acolhimento e os direitos LGBT+ camera A ONG Olívia trabalha com o acolhimento de pessoas LGBT+ no Pará. | Divulgação

Neste dia 28 de junho comemora-se o dia internacional do orgulho LGBT+. A data é muito importante para lembrar os que estiveram na linha de frente do ativismo social e inclusivo para pessoas com orientação sexual e identidade de gênero diferentes da heteronormatividade.

A data ficou marcada por causa da revolta de Stonewal, quando, em 28 de junho de 1969, um bar LGBT+ foi invadido pela polícia de Nova York, onde clientes e funcionários foram agredidos e ameaçados. Não era a primeira vez que ocorria batida policial no estabelecimento, mas foi a primeira vez que houve uma reação de quem estava presente no local, especialmente transsexuais, travestis e drag queens.

Com a luta dos LGBTs+ que participaram da revolta, a conquista de direito avançou ao longo dos anos, mas ainda continua sendo uma luta árdua já que o preconceito, a discriminação e a LGBTfobia continuam. Por isso, é preciso se impor e continuar discutindo a inclusão, saúde e direitos humanos para todos que fazem parte da comunidade.

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Em Belém, quem atua com o trabalho de vários outros ativistas é a ONG Olivia (Organização da Livre Identidade e Orientação Sexual do Pará), fundada em 2014, que acolhe e ajuda pessoas LGBT+ em situações difíceis, além de discussões para a melhoria na assistência de quem faz parte da comunidade.

Marcos Melo, atual presidente da Olivia, destaca a importância da ONG em lutar por uma maior humanização dos LGBTs+. “Quando a gente fala em direitos, a gente fala sobre acesso. Então, garantir que a população LGBT+ no Brasil, especificamente no Pará, tenha acesso a educação, a saúde, a saneamento, a moradia, que muitos não tem onde morar, emprego e renda, acesso a tudo que são nossos direitos como cidadãos e cidadãs, mas que muitas vezes nos é negado por sermos LGBT+”, reforça.

Por ser um lugar sem fins lucrativos, a Olivia conta com 20 voluntários e pessoas parceiras que abraçam o projeto. Além disso, todos podem se filiar e ajudar a ONG.

Marcos Melo é o atual presidente da ONG e participa efeitivamente desde 2018.
📷 Marcos Melo é o atual presidente da ONG e participa efeitivamente desde 2018. |Divulgação

SAÚDE MENTAL

Estando ativos durante todo o ano, uma garantia fundamental dessa rede voluntária fez com que a Olivia seja a única das regiões Norte e Nordeste a ter psicólogos para a comunidade LGBT+. “Nós acreditamos que a saúde mental é não apenas um problema de saúde mundial, mas para além disso, um recorte da violência contra a população LGBT+. A pessoa que faz parte da comunidade sofre mais violência por muitas vezes não ter o apoio familiar, por sofrer preconceito em todos os espaços que ela frequenta”, conta Marcos.

Atualmente, a ONG conta com o atendimento periódico fixo de 30 pacientes LGBT+, que se consultam com psicólogos totalmente voluntários, sendo um dos projetos mais caros e importantes para valorizar a vida da população LGBT+.

EXPERIÊNCIA E RECONQUISTA

A busca de fazer parte de uma sociedade com dignidade deve ser algo inerente a todo cidadão. Isso independe de sua etnia, credo, orientação sexual identidade de gênero ou qualquer outra coisa que o discrimine. Portanto, Marcos sentiu a vida mudar quando entrou para a ONG Olivia e reconhece isso com gratidão.

“A minha vida mudou. Mudou como cidadão, como pessoa que reconhece seus direitos. A partir do momento que eu me entendo como uma pessoa LGBT+, como um homem gay e que isso poderia me impedir de acessar alguns direitos, eu senti que era necessário assumir essa luta também. Não só por mim, mas por todas as pessoas que estão ao meu redor, todas as pessoas que eu amo”, destaca ele.

No Brasil, nos últimos anos houve um grande desmonte e ataque aos direitos LGBT+ e dos direitos humanos no geral. Por isso, o momento é de transição, reconquista da discussão sobre a inclusão e igualdade da comunidade LGBT+ no país. Sobre isso, Marcos é categórico: “isso nos traz novos desafios. A pergunta que a gente precisa responder hoje é como garantir efetivamente que essa política de direitos humanos chegue aos nossos? Que elas não sejam apenas políticas institucionais, mas que elas sejam políticas efetivas. Para isso é fundamental a participação social. Nunca foi tão importante no Brasil que a sociedade civil esteja organizada, esteja construindo juntos. É fundamental que seja um processo legítimo e efetivo”.

Neste dia do orgulho, neste mês de junho e todos os dias, a busca por igualdade, amor e respeito deve ser celebrada. Por isso, inclua-se no ciclo nas discussões que consigam fazer do mundo um lugar mais justo para todos, imponha-se e faça com que sua voz seja ouvida porque só conseguiremos melhorar um pouco do mundo, se trabalharmos em conjunto. Orgulhe-se.

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