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MÊS DO ORGULHO LGBT+

Bissexualidade: amor e atração por dois gêneros

Muitas vezes taxados de “Confusos”, os Bissexuais mostram que para amar não precisam se restringir a um só gênero

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Imagem ilustrativa da notícia Bissexualidade: amor
e atração por dois gêneros camera Junho é comemorado o mês do orgulho LGBT+. | (Emerson Coe/DOL)

“O B de LGBT+ não é de Biscoito!”, essa é uma frase que alguns bissexuais repetem para mostrar que existem. A bifobia é diária, já que muitos são taxados como “confusos” e “indecisos”, mas não é bem assim.

Uma pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estátistica (IBGE), feita em 2019 e divulgada em 2022, mostra que cerca de 2,9 milhões de adultos se declaram homossexuais e Bissexuais no Brasil. Isso corresponde a quase 5% da população em relação aos heterossexuais que somavam 94,8% dos brasileiros.

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Os dados também mostram que a população autodeclarada Bissexual ou homossexual é maior entre os que tem nível superior e maior renda, pois se mostram independentes financeiramente e conseguem seguir a vida pessoal sem muita interferência da família, por exemplo. “Isso sugere que pessoas com maior nível de instrução e renda têm menos barreiras para declarar sua orientação sexual ou ainda maior entendimento dos termos usados”, observa Maria Lucia, coordenadora da pesquisa.

Mas o que é a Bissexualidade?

A bissexualidade é a atração romântica e/ou sexual que homens e mulheres sentem pelo mesmo sexo e pelo sexo oposto. É considerada uma das três principais classificações da orientação sexual, junto com a heterossexualidade e a homossexualidade. Sendo mais conciso, o Bissexual é aquele que não precisa se identificar exclusivamente como homossexual ou heterossexual.

O publicitário João Daniel Guedes, de 28 anos, se identifica como um homem cisgênero bissexual e que sempre soube que gostava de homens: “Desde pequeno, já sabia que gostava de rapazes também, porém não me identificava completamente como Gay, quando estava um pouco mais velho, pouco depois dos 18 anos, que fui entender que realmente me identificava como bissexual”. Conta.

Para Daniel, não precisa ter pressa em “se assumir” para alguém e que não tem problema em parecer estar “confuso”. Sobre o que ele diria para alguém que ainda está se descobrindo ele responde: “não se rotule, nem se coloque dentro de uma caixa, leve tudo no seu tempo, aos poucos você se encontra, está tudo bem se sentir “perdido ou confuso”, esteja sempre do lado das pessoas que gostam e apoiam você”.

Assim como heterossexuais sabem que são heteros desde o nascimento, os Bissexuais também sabem. Por isso, a descoberta acontece normalmente nos tempos de escola ou na universidade. Isso porque é o período que ocorre a maior interação social entre as pessoas, garantindo que novas descobertas sejam feitas.

Foi o que aconteceu com a jornalista Fernanda Palheta, que se declara como uma mulher cisgênero Bissexual. “Se eu parar para pensar, acho que desde criança. Posso citar quando eu estava na 4ª série do fundamental e gostava de um colega de classe, assim como tinha o mesmo interesse por uma colega. Hoje a gente chama de “crush”, então seria isso”, comenta Fernanda que namora com uma mulher.

Um dos sinais de bifobia é sempre a dúvida por quem os bissexuais estão se relacionando naquele momento, se estão com alguém do sexo oposto já se presume que seja heterossexual e quando está com alguém do mesmo sexo que é homossexual, o que também não é verdade. Por isso, a bissexualidade é conhecida como fluida.

Fernanda conta que nunca presenciou algum ato muito evidente de discriminação, mas que percebe alguns olhares diferentes: “experiência ou vivência marcante eu não lembro. Acompanhada da minha namorada já recebemos alguns olhares, mas hoje a gente tenta ignorar. Situações vexatórias ou parecidas nunca me ocorreram, nem mesmo quando acompanhada dela”, explica.

E o que é amor?

Tanto Daniel quanto Fernanda definem o amor como algo que vai além de gênero, etnia e parentesco. “Amor é respeito, carinho e aceitação”, fala Daniel.

“, no começo eu comprava muito a ideia de que amar se resumia a encontrar no outro “a metade que faltava”. Hoje, considerando o meu relacionamento atual, eu percebo que amar é somar ao outro até tudo transbordar. E, mesmo que transborde, não tem problema, só o que tem é paz, o aconchego, se sentir bem ao lado daquela pessoa”, Conclui Fernanda.

O amor vai muito além de sentir atração sexual ou romântica. É cuidar e viver de forma livre se permitindo amar quem quiser, seja alguém do mesmo sexo, do sexo oposto ou os dois.

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