
A recente decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro não pegou o governo dos Estados Unidos de surpresa. De acordo com fontes ligadas ao Departamento de Estado, havia um plano de contingência preparado há pelo menos duas semanas, com respostas já delineadas para diferentes cenários envolvendo decisões da Justiça brasileira ou ações do governo Lula.
Esse plano inclui a possibilidade de ampliar as sanções baseadas na chamada Lei Magnitsky, que já foram aplicadas anteriormente ao ministro Alexandre de Moraes, para outros ministros do Supremo Tribunal Federal que tenham votado a favor de medidas contrárias a Bolsonaro e também a ações de regulação sobre redes sociais. As sanções envolvem congelamento de eventuais bens nos EUA e podem atingir também instituições associadas aos alvos, como bancos ou empresas ligadas direta ou indiretamente.
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No campo político, o pacote de respostas dos EUA inclui a possibilidade de suspender vistos de entrada de altos funcionários do governo brasileiro, com exceção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da primeira-dama Janja da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Dependendo da evolução da situação, uma medida mais severa poderia envolver a retirada das credenciais da embaixadora brasileira em Washington e a suspensão geral de concessões de vistos para cidadãos brasileiros. Também é cogitada a imposição de uma taxa elevada para renovação de vistos ou até mesmo restrições mais amplas à entrada de brasileiros nos Estados Unidos.
Para o governo americano, especialmente entre aliados do ex-presidente Donald Trump, a decisão de colocar Bolsonaro em prisão domiciliar é vista como parte de um esforço coordenado entre o STF e o governo Lula para limitar a participação do ex-presidente nas eleições de 2026. Trump, inclusive, teria comentado com aliados que vê paralelos entre o caso de Bolsonaro e os processos que ele próprio enfrenta na Justiça norte-americana. Segundo essa leitura, ambos seriam alvos de perseguições por parte de instituições dominadas pela esquerda política.
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Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, o Departamento de Estado dos EUA divulgou uma nota pública criticando a medida. A mensagem, postada nas redes sociais por um dos escritórios ligados ao Hemisfério Ocidental, classificou a prisão domiciliar de Bolsonaro como um atentado à liberdade democrática e prometeu responsabilizar todos os que, segundo a nota, contribuírem ou forem cúmplices das ações contra o ex-presidente.
Diante desse cenário, a tensão entre Brasil e Estados Unidos pode crescer, sobretudo se as decisões judiciais contra Bolsonaro avançarem ou se houver retaliações por parte do governo brasileiro. A situação é considerada delicada nos bastidores da diplomacia internacional, com potencial para afetar as relações bilaterais nos próximos meses.
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