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INQUÉRITO

Bolsonaro avalia divulgar áudios e mensagens de conversas com Moro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) considera divulgar o conteúdo de mensagens e áudios trocados com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro em uma tentativa de contra-ataque às acusações feitas pelo ex-juiz da Lava Jato. Na terça-feira (5), foi divulg

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Imagem ilustrativa da notícia Bolsonaro avalia divulgar áudios e mensagens de conversas com Moro camera O presidente teria falado para um auxiliar que poderia devolver o 'ataque' de moro na mesma moeda. | Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) considera divulgar o conteúdo de mensagens e áudios trocados com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro em uma tentativa de contra-ataque às acusações feitas pelo ex-juiz da Lava Jato. Na terça-feira (5), foi divulgada a íntegra do depoimento prestado por Moro no último sábado (2).

O ex-ministro falou em inquérito conduzido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que investiga se houve tentativa de Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal.

Nos últimos dias, o presidente disse a amigos e aliados, segundo relatos feitos à reportagem, que se sentia aliviado por não ter apagado as mensagens trocadas com o então ministro ao longo do governo.

Para resguardar o sigilo das conversas, Bolsonaro tem como hábito apagar de seu celular muitos de seus diálogos com ministros e deputados.

Bolsonaro pediu em março troca de comando na PF do Rio, disse Moro em depoimento

PGR pede cópia de vídeo em que Bolsonaro ameaça Moro de demissão

Moro entrega à PF íntegra de conversa em que Bolsonaro pressiona por troca na corporação

No fim de semana, de acordo com um auxiliar palaciano, Bolsonaro avaliou que pode, inclusive, divulgar trechos do material nas redes sociais caso não concorde com a interpretação feita por Moro sobre conversas travadas entre os dois. A ideia seria, assim, fazer um contraponto à versão do ex-juiz.

Segundo um amigo do presidente, Bolsonaro disse que se esqueceu de eliminar as conversas com Moro e ressaltou ter ao menos uma ideia do que o ex-ministro usou para acusá-lo.

A quem o visitou nos últimos dias, o presidente tem repetido que Moro não tem provas e o mais sensível que há nos diálogos entre eles são palavrões proferidos pelo presidente.

O chefe do Executivo reclama da forma como o ex-ministro saiu do governo, porque afirma que tentou conversar com ele e até com o ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo durante os três dias que antecedera a demissão de Moro.

O ex-ministro entregou à PF o histórico de conversas recentes com Bolsonaro pelo WhatsApp. O material inclui o diálogo em que o presidente pressiona pela saída de Valeixo da diretoria-geral da PF.

No depoimento de sábado, Moro repassou ainda o conteúdo das conversas com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente.

Numa das mensagens já reveladas pelo ex-ministro, a congressista tenta interceder para que ele fique no governo em troca de uma nomeação ao Supremo.

Todo o histórico de conversa entre Moro e Bolsonaro foi copiado pelos investigadores que anexaram à investigação aberta pela PGR (Procuradoria Geral de República) para apurar se o presidente tentou ou não interferir em investigações da PF.

Parte da conversa foi apresentada por Moro ao Jornal Nacional, da TV Globo, no dia 24, logo após o presidente o chamar de mentiroso.

Na troca de mensagens, Bolsonaro lhe envia uma reportagem do site O Antagonista intitulada "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas".

Em seguida, o mandatário escreve: "Mais um motivo para a troca", se referindo à sua intenção de tirar Valeixo do comando da corporação.

Moro também citou no depoimento, que durou mais de 8 horas, uma reunião que teve com outros ministros na qual Bolsonaro ameaçou demiti-lo.

Ministros de outras pastas confirmaram à reportagem o encontro, dizem que Bolsonaro não tratou apenas do cargo de chefe da PF. Teria falado genericamente, mas em recado explícito para Moro.

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