Os efeitos das mudanças climáticas já não se limitam a gráficos ou previsões científicas: eles atingem diretamente a saúde das populações, especialmente as mais vulneráveis. Do aumento de doenças respiratórias à expansão de infecções tropicais, o impacto da crise ambiental se reflete na vida cotidiana e nas políticas públicas. É diante desse cenário que a Fiocruz vem reforçando seu papel de liderança no diálogo entre saúde e sustentabilidade durante a COP30, realizada em Belém.
Durante as atividades desta terça-feira (11), a Fundação anunciou o lançamento da Rede Saúde e Clima Brasil, em parceria com o Ministério da Saúde e outras instituições. A iniciativa busca colocar a saúde no centro das decisões sobre políticas climáticas, destacando que não existe justiça ambiental sem justiça em saúde. A proposta é articular governos, cientistas, povos tradicionais e movimentos sociais em torno de ações concretas para mitigar e adaptar o país aos efeitos da crise climática.
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A Rede foi apresentada na Embaixada dos Povos e contou com a presença de autoridades como o secretário executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, e o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba. Representando a Fiocruz, o coordenador da Estratégia Fiocruz para Agenda 2030, Paulo Gadelha, destacou a importância da cooperação multilateral e do conhecimento científico aliado aos saberes tradicionais para enfrentar os desafios sanitários globais.

Ainda como parte da programação, Gadelha participou de um debate no pavilhão da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre doenças infecciosas em um contexto de mudanças climáticas, tema que, segundo ele, reforça o protagonismo da saúde nas discussões da COP30. “Os impactos do clima nas doenças infecciosas evidenciam que a crise climática também é uma crise sanitária. Precisamos agir de forma integrada e solidária”, afirmou.
Além dos debates, o dia foi marcado pela Marcha Global Saúde e Clima, que reuniu cientistas, profissionais de saúde, estudantes e representantes de comunidades tradicionais pelas ruas de Belém. A manifestação levou às ruas a mensagem de que a pauta climática precisa considerar a saúde humana e planetária como eixo central das decisões políticas.
Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a realização da COP30 na Amazônia é simbólica e reforça o compromisso da instituição com o tema. “Estar em Belém neste momento histórico representa a união entre ciência, sociedade e território. A Fiocruz se junta a parceiros nacionais e internacionais para buscar soluções que tragam resultados reais para as populações mais afetadas pelas mudanças climáticas”, destacou.
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A Fundação também apresentou durante a conferência uma Carta Aberta com 11 recomendações voltadas aos formuladores de políticas públicas, reafirmando a mensagem que orienta sua atuação na COP30: a crise climática é, acima de tudo, uma crise de saúde.
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