
O povo paraense iniciou, por volta das 17h30, o caminho de fé e emoção na segunda maior e mais importante procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a Trasladação. O cortejo, que leva a Imagem Peregrina do Colégio Gentil Bittencourt até a Catedral de Belém também conhecida como a procissão de luz.
De acordo com a Diretoria da Festa de Nossa Senhora de Nazaré, 2,3 milhões de pessoas ocupam as ruas da capital paraense neste momento, evidenciando recordes em relação aos anos anteriores.
Na Avenida Nazaré, na altura da Travessa 14 de Março, a Estação 5, um das estruturas que liga a corda à Berlinda da imagem, foi desconectada para dar maior fluidez à procissão. Desse modo, a Estação 4 passou a encabeçar a romaria. Essa movimentação, embora deliberada pela organização do evento para acelerar a caminhada até a Sé, deve impactar o prazo previsto para encerrar a Trasladação, estimado antes para 22h30.
Corte da Corda
Além disso, ainda no início do percurso alguns promesseiros cortaram pedaços da corda que liga os fiéis à Berlinda de Nossa Senhora de Nazaré, gesto comum entre devotos que veem no objeto um símbolo de promessa e bênção. A informação foi citada pela Polícia Militar (PM), em entrevista na Rádio Clube para o repórter JR Avelar.
A Trasladação deve reunir 1,9 milhão de fiéis. Antes da saída, às 16h30, foi celebrada missa por Dom Júlio Endi Akamine, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Belém, no altar montado em frente ao Colégio Gentil Bittencourt.
Com trajeto de 3,7 km, a procissão segue no sentido inverso do Círio, com chegada prevista para as 23h30. Diferentemente do Círio, o único carro presente é a Berlinda, que conduz a Imagem Peregrina, este ano com decoração assinada por Vando Nascimento. O percurso passa pelas avenidas Nazaré, Presidente Vargas, Portugal, Boulevard Castilho França, rua Padre Champagnat, encerrando na Catedral de Belém.
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Promesseiro relata drama com depressão
O repórter do DOL Lucas Contente está nas ruas relatando momentos de fé do povo que está acompanhando a Procissão de Luz. Chama atenção a devoção dos promesseiros, que chegam a sacrifícios extremos em agradecimento à Padroeira da Amazônia. Um deles é o jovem identificado como Antônio. Ele pretente atravessar o percurso de joelhos, entre a Basílica de Nazaré e a Catedral de Belém. O homem diz ter conseguido uma graça com Nossa Senhora após ter atentado contra a própria vida. Veja na íntegra o relato:
Um pouco de história da Trasladação
A primeira Trasladação foi conduzida pelo Governador Francisco de Souza Coutinho e pelo Capelão do Palácio, Pe. José Roiz de Moura, em uma breve procissão da Matriz até o Palácio, embora não haja registros sobre a participação popular.
Em 1887, o traslado partia do Colégio Amparo (atual Instituto Gentil). Com a inauguração do Colégio Gentil Bittencourt, em 26 de junho de 1906, a procissão passou a sair do novo endereço, na atual Avenida Magalhães Barata.

Nos anos 1970, por ser uma procissão noturna, as senhoras mais idosas acompanhavam o cortejo segurando a corda. Com o aumento do número de promesseiros a partir de 1985, a participação tornou-se mais complexa. Hoje, a corda da Trasladação, assim como a do Círio, mede 400 metros e é altamente disputada.

Em 1988, a Trasladação passou a percorrer o mesmo trajeto do Círio, mas em sentido inverso. Antes disso, a procissão seguia até a Sé, com a Avenida Governador José Malcher como eixo central. Em 2005, a Trasladação foi uma das mais longas dos últimos anos, com duração de cerca de 6 horas, chegando à Sé na madrugada de domingo.
Missas e celebrações
A primeira missa relacionada à Trasladação data provavelmente de 1887, na capela do Colégio Amparo. Em 1992, durante o Círio de 200 anos, um tablado foi instalado sobre as escadarias do colégio para melhor visibilidade da liturgia. Até 1996, a missa ocorria às 18h, com saída da procissão às 19h. Em 1997, o horário foi antecipado em uma hora para agilizar a chegada da Imagem Peregrina. Com o aumento do público, em 2009, a missa passou a ser celebrada às 16h30, horário mantido até hoje.
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