
O Centro Capoeira participa, nesta terça e quinta-feira, 16 e 18 de setembro, do Workshop de Planejamento e Monitoramento da Recuperação da Vegetação Nativa no Pará (PRVN). O evento ocorre no Centro de Treinamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), em Belém, e reunirá pesquisadores, técnicos e organizações atuantes na Amazônia para debater estratégias de restauração florestal. Neste primeiro dia, foi entregue um documento com recomendações inéditas para o monitoramento da recuperação da vegetação nativa no estado.
A nota técnica, elaborada pelos coletivos Caminhos da Semente, Redário, Aliança pela Restauração da Amazônia, Regenera Amazônia e Centro Capoeira traz diretrizes para orientar as ações de restauração das florestas paraenses.
O documento destaca a importância crítica do monitoramento em campo para garantir que o Pará cumpra sua meta de restaurar 5,6 milhões de hectares até 2030. Propõe ainda a criação de protocolos padronizados com indicadores ecológicos, como cobertura vegetal e biodiversidade, além da integração entre dados de campo e de sensoriamento remoto.
“Com este trabalho, buscamos oferecer bases sólidas para que a restauração no Pará seja efetiva e duradoura. A nota técnica resulta de um esforço coletivo no escopo da Aliança pela Restauração da Amazônia e está alinhada à missão do CAPOEIRA, que é transformar o conhecimento científico em benefícios para a sociedade”, pontua Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa e coordenadora do Centro Avançado Capoeira, lançado em abril deste ano.
Entre as atividades em destaque do workshop estão os painéis de Critérios e Indicadores para o Monitoramento da Recuperação Florestal no Pará e Priorização Espacial da Restauração de Florestas no Estado, ambos com participação de Joice Ferreira. A programação inclui ainda discussões sobre o uso de inteligência artificial no monitoramento da regeneração e a troca de experiências de projetos de restauração em andamento.
Segundo o documento, a padronização do monitoramento permitirá maior transparência, facilitará a fiscalização e contribuirá para atrair investimentos, além de possibilitar ajustes adaptativos ao longo do processo.
"O monitoramento em campo é essencial para avaliar o sucesso da recuperação da vegetação nativa no Pará. Para isso, o protocolo deve ser simples e baseado em indicadores que reflitam os resultados ecológicos da restauração, independentemente da metodologia adotada, seja regeneração natural, plantio de sementes, mudas ou outras práticas", avalia Danielle Celentano, do Instituto Socioambiental (ISA).
O texto sublinha a necessidade de uma normativa estadual que integre dados de campo e sensoriamento remoto para garantir transparência, governança e atrair investimentos. A padronização do monitoramento simplificará a fiscalização, focando nos resultados alcançados e permitindo o manejo adaptativo, o que é crucial para o sucesso a longo prazo dos esforços de restauração.
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Contribuíram com a elaboração da nota entregue Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Instituto Socioambiental - ISA, Centro de Pesquisa Florestal Internacional - CIFOR/ICRAF, Embrapa Amazônia Oriental, TNC-Brasil, Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG, Instituto Tecnológico da Vale – ITV) e Conservação Internacional - CI/Brasil.
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