
Foi aberta ontem (29), mais uma edição do projeto ‘Namorados Bem Informados’, voltado para estudantes da Escola Estadual Anísio Teixeira, no Umarizal, em Belém. As atividades continuam até esta quarta-feira (30). O projeto foi criado pela professora de biologia Lúcia Santos. Desde 2011, ela realiza ações educativas com os alunos, focando no autocuidado e na saúde dos relacionamentos.
Durante o evento, acontecem várias dinâmicas, como exposições e apresentações de música, dança e teatro. O foco é abordar temas importantes, como a luta contra o assédio, os riscos da gravidez na adolescência, o combate ao feminicídio, questões de gênero e outros assuntos. “Os jovens começam a ter relações afetivas muito cedo e, às vezes, acabam engravidando na adolescência. Isso pode levar ao abandono dos estudos, contribuindo para a evasão escolar”, explica Lúcia Santos.
Ela observa que muitas vezes eles chegavam às aulas de biologia com diversos tabus e mitos. Por isso ela pensou em sair um pouco da sala de aula tradicional para mostrar que a escola é um espaço onde essa educação pode acontecer de forma mais ampla, não apenas entre quatro paredes. “Acredito que os estudantes podem ser protagonistas nesse processo, tornando tudo mais interessante e significativo”, diz.
Este ano, o tema é “O amor está no ar... na terra, nas águas, na floresta, no planeta!”, trazendo uma mensagem especial que também faz referência à Conferência do Clima da ONU (COP30). “Nós damos o tema e eles desenvolvem, criam tudo isso lindo que vocês estão vendo aqui. Eles mostram seus talentos na música, na arte e na dança. Como o nome do projeto é ‘Namorados bem informados’, focamos no amor. No amor ao próximo, a Deus, ao outro e à natureza, especialmente este ano por causa da COP30”, esclarece.
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O grupo de Luiz Felipe, de 16 anos e estudante do segundo ano do ensino médio, falou sobre a importância do uso do preservativo. Ele comentou que a iniciativa da escola é muito importante para que os alunos possam divulgar informações corretas. “Aqui a gente aprende bastante sobre temas como a importância do preservativo, a violência contra a mulher, o aborto e até a questão de respeitar a orientação sexual de cada um, entre outros temas. É uma forma de levar informação para a nossa vida”, afirmou.
O grupo da Rafaela Fernandez, 16 anos, e do Enzo Carneiro, também de 16 anos, ambos do segundo ano do ensino médio, falou sobre a causa LGBTQIA+. Rafaela explicou que o trabalho deles destacou a importância de alguns artistas na luta por direitos, usando símbolos significativos e abordando o preconceito. “Fizemos uma homenagem às pessoas importantes, artistas, ativistas e defensores da causa, que eram pessoas LGBT”.
Enzo comentou que esse tema tem sido bastante discutido atualmente e que é fundamental continuar debatendo, pois a cada ano muitas pessoas LGBT perdem a vida por causa do preconceito. “Um dos nossos cartazes mostra isso: o Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis, pelo 17º ano consecutivo. Isso é um número muito preocupante. Por isso é tão importante trazer esse assunto para a escola”.
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