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EXPORTAÇÕES

Tarifas de Trump devem ter impacto no Pará. Entenda como e setores afetados

Economista faz uma avaliação sobre o tema. Para ele, o impacto maior será sobre a pecuária e a mineração. Medidas entram em vigor dia 1º.

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Imagem ilustrativa da notícia Tarifas de Trump devem ter impacto no Pará. Entenda como e setores afetados camera A mineração deve ser um setores mais afetados. | Divulgação

O anúncio do presidente norte-americano Donald Trump da aplicação de uma tarifa de 50% extra sobre a importação de produtos brasileiros e que deve entrar em vigor em 1º de agosto, impactará a economia paraense de maneira mais setorial e não global, atingindo sobretudo a exportação de carne e minérios, em especial o minério de ferro.

“Impactará mais especificamente os municípios de Marabá e de Barcarena porque são os grandes polos produtores. Na economia como um todo, eu não vejo grande impacto até porque do ponto de vista nacional somente 20% de toda a produção é de responsabilidade do Brasil. Do ponto de vista mais local, vejo um impacto setorial mais no campo do minério. Até a questão da pecuária ela não é tão intensiva para os Estados Unidos, sendo muito maior para a Europa e Oriente Médio”, analisa o economista Mário Tito Almeida.

O aumento das taxações sobre os produtos brasileiros, que no caso paraense atinge o minério de ferro, vai ocasionar o encarecimento do produto vendido para os Estados Unidos, inviabilizando a competitividade com outros fornecedores. Isso significaria, em última análise a diminuição da produção, ensejando por consequência uma redução no mercado de trabalho, gerando desemprego no setor.

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“O país ainda tem três semanas pela frente para se organizar e muitos analistas acreditam que os Estados Unidos vão acabar retrocedendo nessas medidas. Por outro lado, se a taxação se confirmar será uma oportunidade para o país e nosso Estado venderem o minério para outros países como a China. Acontece que não é tão simples deixar de vender aos Estados Unidos e passar a privilegiar a China... Há toda uma questão logística que leva tempo”, detalha o economista.

Tito, entretanto, não encara o anúncio do governo americano como algo desesperador para economia paraense. “Vejo isso muito mais como um momento passageiro e que, olhando do ponto do ponto de vista mais do comércio internacional, pode ser facilmente resolvido, negociando para outros países que demandarem nossos produtos”, avalia.

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IMPACTADOS

O agronegócio e a mineração acabam sendo mais impactados na medida em que o governo brasileiro não esperava essa taxação tão alta nessas áreas, considerando que os Estados Unidos sempre tiveram prioridade na exportação do que é produzido nesses setores, inclusive mais do que a China.

“Caso essa guerra comercial se confirme o mais provável é que o governo brasileiro estreite cada vez mais seus laços comerciais com a China, com os países dos Brics e com a União Europeia”.

A China é o principal destino do minério de ferro paraense, com os EUA ocupando uma posição secundária. Em 2023, o Pará exportou US$ 22,258 bilhões, com o setor mineral representando 84% desse valor, sendo o minério de ferro o principal produto, com mais de US$ 12,9 bilhões. A China foi o principal destino, seguida pela União Europeia e América do Norte, onde os EUA se enquadram.

Fiepa manifesta preocupação com tarifa imposta ao país

A Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), em nota pública divulgada ontem, manifestou preocupação com o anúncio do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% aos produtos brasileiros.

Para a indústria paraense, a medida acende um sinal de alerta, considerando a relevância estratégica das relações comerciais entre Brasil e EUA, bem como os impactos diretos para a economia do nosso Estado. “A decisão traz incertezas significativas para o ambiente econômico, especialmente em estados exportadores e importadores como o Pará, onde as relações comerciais com o mercado norte-americano têm papel relevante para a atividade industrial e para a geração de empregos e renda”, diz o comunicado da federação.

De janeiro a junho deste ano, de acordo com a Fiepa, 36% dos produtos importados pelo Pará vieram dos EUA, totalizando US$ 466 milhões, um crescimento de 62,36% em relação ao mesmo período de 2024. Entre os principais itens importados destacam-se o hidróxido de sódio (soda cáustica), gás natural liquefeito, dumpers para transporte de mercadorias e coque de petróleo calcinado.

“Nas exportações, os EUA representaram 5,2% do total da balança comercial paraense no primeiro semestre, com um valor total de US$ 569 milhões, registrando avanço de 43,08% sobre igual período do ano anterior. Entre os principais produtos exportados pelo Pará ao mercado norte-americano estão alumina calcinada, ferro fundido bruto não ligado, hidróxido de alumínio e alumínio não ligado”.

Atualmente, o Pará ocupa a 8ª posição entre os estados que mais exportam para os EUA e a 12ª posição entre os que mais importam. Entre os municípios paraenses, destacam-se nas vendas para o mercado norte-americano Barcarena, Marabá, Breu Branco, Castanhal e Redenção.

“A Fiepa se mantém alinhada ao posicionamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), reforçando a defesa de uma conversa diplomática contínua e eficiente para reverter a decisão. Entendemos que não há fundamentos econômicos que justifiquem essa medida extrema, que pode gerar prejuízos severos para cadeias produtivas integradas entre os dois países”, destaca a nota.

DIÁLOGO

A Fiepa reitera a defesa de que medidas comerciais devem ser precedidas de amplo diálogo diplomático e negociação entre os países, “buscando sempre alternativas que permitam mitigar impactos negativos ao setor produtivo, manter a segurança jurídica dos negócios internacionais e preservar as relações comerciais estabelecidas ao longo de décadas”. O mais importante, neste momento, diz a entidade, “é garantir a soberania nacional aliada à intensificação do diálogo, visando preservar uma relação comercial que historicamente é complementar e estratégica tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos.

Ao final a federação reafirma a necessidade de que as tratativas priorizem negociações construtivas, “com soluções capazes de manter empregos, investimentos e o desenvolvimento industrial, sem grandes impactos à economia brasileira e, principalmente, ao nosso Estado do Pará”.

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