
Com a chegada das férias de julho, cresce também o contato das pessoas com a natureza — seja em praias, balneários, sítios ou áreas rurais. Mas os dias de lazer ao ar livre exigem cuidados redobrados: o número de acidentes envolvendo animais peçonhentos também costuma aumentar nesse período. A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Zoonoses, alerta a população sobre os riscos e orienta como prevenir esse tipo de ocorrência.
Segundo a coordenadora estadual de Zoonoses, Elke Abreu, é justamente nesse contato mais próximo com o ambiente natural que ocorrem os acidentes, principalmente com serpentes, aranhas e escorpiões.
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Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que, em 2024, o Pará registrou 11.009 acidentes com animais peçonhentos, sendo:
- 5.078 com serpentes
- 3.061 com escorpiões
- 899 com arraias
- 762 com aranhas
- 493 com abelhas
- 124 com lagartas
Já em 2025, até o momento, foram 5.053 registros, entre eles:
- 2.219 com serpentes
- 1.471 com escorpiões
- 399 com aranhas
- 271 com abelhas
- 270 com arraias
- 95 com lagartas
Os dados revelam que as serpentes lideram os acidentes, seguidas pelos escorpiões e aranhas. Quase 90% dos acidentes com cobras envolvem a jararaca (Bothrops), que causou 4.582 ocorrências em 2024 e 1.994 em 2025. Também se destacam a surucucu e a cascavel, embora em números menores.
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Como se proteger
Para Elke Abreu, a prevenção é o melhor caminho. Ela recomenda o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como botas de cano alto, perneiras e luvas de couro durante trilhas, limpeza de terrenos ou atividades em áreas de mata. “Evite andar descalço. O uso de botas ou perneiras protege em cerca de 80% dos casos”, orienta.
No entorno das residências, é importante manter os terrenos limpos, sem acúmulo de lixo ou entulho. Crianças não devem ficar sozinhas perto de rios, igarapés ou matas fechadas.
No caso de aranhas e escorpiões, a recomendação é inspecionar roupas, sapatos, toalhas e roupas de cama antes de usar, além de manter os ambientes arejados e limpos, especialmente após longos períodos com o imóvel fechado.
Arraias e outros riscos em áreas alagadas
Acidentes com arraias ocorrem quando o banhista pisa no animal em rios ou áreas rasas. O ferimento é perfurocortante e bastante doloroso. Elke explica que não existe antídoto para o veneno da arraia, e que a vítima deve procurar um hospital imediatamente para retirada do ferrão, limpeza da ferida e aplicação da vacina antitetânica.
O que fazer em caso de acidente?
- Lavar a área da picada com água e sabão
- Manter a vítima em repouso e procurar ajuda médica
- Não cortar, sugar ou aplicar substâncias caseiras
- Retirar objetos apertados (anéis, calçados, fitas)
- Descrever ao médico as características do animal
No caso de serpentes, o uso do soro antiofídico é obrigatório. Para aranhas e escorpiões, é importante monitorar o quadro por ao menos 12 horas.
Em caso de contato com águas-vivas ou caravelas, deve-se aplicar vinagre na região, fazer compressas frias e buscar atendimento médico.
Medidas preventivas essenciais
- Manter o ambiente doméstico limpo e vedado
- Evitar plantas trepadeiras encostadas nas casas
- Controlar baratas e roedores, que são presas naturais de escorpiões
- Evitar pendurar roupas em locais abertos
- Não andar descalço em áreas de mata ou vegetação densa
- Redobrar o cuidado ao amanhecer e entardecer, quando serpentes costumam estar mais ativas
Todo acidente com animal peçonhento deve ser notificado pelo profissional de saúde, mesmo que o paciente não precise de soro. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) pode ser acionado para auxiliar nos procedimentos corretos.
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