Como economizar na viagem de férias? Veja dicas do economista

Durante o mês em que os estudantes estão fora da escola, é comum que as famílias busquem destinos turísticos, seja em cidades próximas ou mesmo em balneários no interior. No entanto, a diversão pode gerar custos elevados, especialmente com alimentação, transporte e atividades recreativas.

Nélio Bordalo, economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (CORECON PA/AP) explica que ao planejar uma viagem durante as férias escolares, é essencial que a família faça pesquisa da cidade ou local que pretende viajar, para identificar as oportunidades e potenciais de passeio e restaurantes, por exemplo. E na sequência identificar todas as despesas envolvidas para evitar surpresas e manter o controle financeiro. “Considerar todos esses pontos ajuda a montar um orçamento mais realista, coerente com a renda da família e evita que a viagem se transforme em uma fonte de endividamento.”

De acordo com Bordalo, os principais custos que devem ser considerados são transporte, incluindo passagens aéreas, rodoviárias ou gastos com combustível, pedágios do carro e estacionamento; hospedagem, tais como hotéis, pousadas ou aluguel de imóveis por temporada (como casas via plataformas digitais); e alimentação, tendo atenção que restaurantes caros elevam os gastos. “Por isso, é importante incluir despesas com restaurantes, cafés, lanches, além de eventuais idas ao supermercado, caso a hospedagem permita preparar refeições.”

Outros pontos que devem também ser levados em consideração incluem o lazer e passeios, a exemplo de entradas em parques, museus, atividades pagas e brinquedos. “Shows ou atrações locais precisam ser previamente pesquisados. Há muitas opções gratuitas ou com descontos para crianças e estudantes”, explica.

Para o economista, imprevistos fazem parte de qualquer viagem, e o segredo está em se antecipar a eles por meio de uma reserva financeira específica. Uma dica prática é incluir no orçamento geral da viagem uma margem de segurança, o chamado fundo para emergências, que pode representar entre 10% e 20% do valor total estimado. “Essa reserva será útil em situações como uma visita médica, necessidade de comprar roupas por causa do clima, uma diária extra de hospedagem ou mesmo troca de transporte por atraso ou cancelamento”, comenta.

PAGAMENTOS

Além disso, utilizar formas de pagamento controladas durante a viagem, como cartões pré-pagos, dinheiro em espécie ou cartões de débito, ajuda a manter o limite de gastos. O uso do cartão de crédito deve ser com moderação, apenas quando há certeza de que a fatura poderá ser quitada integralmente. “Outro ponto importante é ter os contatos e documentos organizados, como seguro-viagem, plano de saúde com cobertura no destino e acesso fácil a informações bancárias, caso algum problema aconteça, principalmente se a viagem for para fora do Brasil.”

“Quando se planeja financeiramente as férias, a família consegue escolher com consciência onde e como viajar, evita o endividamento e ainda ensina, especialmente às crianças, que tudo tem um custo e que é necessário priorizar o que cabe no bolso. Além disso, o planejamento contribui para a organização das finanças nos meses seguintes à viagem, evitando acúmulo de dívidas.”

Portanto, defina o quanto pode gastar. Isso evita escolhas por impulso e ajuda a encontrar opções que estejam dentro do orçamento. “Pesquise preços com antecedência. Tanto passagens quanto hospedagens e ingressos ficam mais baratos quando comprados com tempo. Utilize comparadores de preço e cadastre alertas em sites especializados ajuda bastante. Preferir destinos próximos ou menos turísticos, que geralmente são mais baratos e menos lotados. Muitas vezes, uma viagem de carro para uma cidade do interior ou uma praia tranquila pode ser tão divertida quanto um destino famoso”, ressalta Bordalo.

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DE CASA

Ainda segundo o economista, outras dicas são evitar gastar com o que pode ser levado de casa, a exemplo do protetor solar, remédios, brinquedos e roupas adequadas; elaborar previamente uma programação equilibrada que mescle passeios pagos com atividades gratuitas; e envolver as crianças no processo de escolha e organização, isso educa para o consumo consciente e mostra, desde cedo, que viajar exige planejamento, disciplina e escolhas.

“É fundamental lembrar que viajar é uma escolha, não uma obrigação. Muitas vezes, por influência das redes sociais ou por pressão de comparação com outras famílias, muitos pais se sentem culpados por não proporcionar uma viagem aos filhos. No entanto, o mais importante durante as férias é o tempo de qualidade juntos, e isso pode ser alcançado com passeios na própria cidade e atividades em casa.”

Férias são, também, uma oportunidade de reforçar valores como cooperação, criatividade e responsabilidade financeira, e aproveitar as férias com inteligência financeira é possível e muito saudável. “O equilíbrio entre lazer e responsabilidade é a base para momentos felizes hoje e segurança econômica amanhã. É importante um bom planejamento financeiro para as férias, pois o planejamento não apenas garante férias mais tranquilas, como também protege a estabilidade financeira da família nos meses posteriores.”