Educação ambiental movimenta a sustentabilidade no Pará

Com o passar dos anos, a percepção da população de que os fenômenos naturais se manifestam com cada vez mais intensidade tornou-se mais aguçada. Os problemas relacionados às mudanças do clima, que antes pareciam distantes, em discussões que pouco envolviam a sociedade em sua totalidade, começaram a ser vivenciados diretamente e os impactos alcançaram diversas áreas. A crise ambiental passou a ter seu outro lado escancarado: não se trata apenas de um problema ecológico, mas também social, econômico e de saúde.

Globalmente, o desequilíbrio dos fenômenos climáticos têm afetado diversas esferas. As ondas de frio e calor extremos e a dura manifestação de outros eventos meteorológicos criaram alerta em diversos países de todos os continentes. No Brasil, a intensidade do El Niño e do La Niña, ao longo dos anos de 2023 e 2024, é um exemplo. Com os fenômenos, houve um aquecimento dos mares, a redução no regime das chuvas, secas nos rios e, consequentemente, a diminuição da umidade do ar. Muitas regiões ficaram vulneráveis às queimadas, que causaram perdas nas plantações – o sustento financeiro e alimentar de pequenos agricultores – e ameaçaram as florestas. Os quadros de saúde respiratória, recorrentes em todo o país, também se agravaram em decorrência do tempo seco e dos poluentes atmosféricos. Nas escolas, com a recomendação do Ministério da Educação divulgada nos sites oficias do governo brasileiro, a rotina mudou e se passou a evitar atividades ao ar livre ou longos períodos com as janelas das salas de aula abertas em períodos críticos das queimadas.

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Educação ambiental: uma resposta necessária

Diante desse cenário de emergência climática, que provoca episódios como esse vivido nos últimos anos, a educação ambiental surge como uma ferramenta essencial, focada em forjar uma nova mentalidade e cultivar valores e atitudes para o equilíbrio entre humanidade e planeta. Por atuarem diretamente na formação dos cidadãos, as escolas tornaram-se o principal campo para essa transformação. Em todo o país, as instituições de ensino básico já adotam práticas pedagógicas para desenvolver um pensamento ecológico profundo. No Pará, por exemplo, a Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC-PA), por meio da lei Nº 9.981, tornou obrigatória o ensino formal para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima, a fim de capacitar estudantes a identificar os múltiplos aspectos (sociais, políticos, econômicos) das questões ambientais e a agir com responsabilidade.

Contudo, se a educação formal prepara as futuras gerações, resta o desafio de instruir a sociedade atual. Para alcançar esse público, o setor público tem apostado em campanhas de conscientização, como o Junho Verde, que levam uma mensagem construtiva sobre a importância de preservar os recursos naturais. Em paralelo, a iniciativa privada não só aderiu a essas ações, mas também desenvolveu programas próprios para engajar seus colaboradores e as comunidades ao redor.

Um exemplo dessa atuação é o Programa de Responsabilidade Socioambiental - SOMAR, da Agropalma, empresa brasileira reconhecida mundialmente como referência na produção sustentável de soluções com óleo de palma. Até o momento, a iniciativa já engajou 34 comunidades, dentre elas assentamentos, núcleos rurais e urbanos, populações tradicionais e associações de produtores nos municípios de Tailândia, Moju, Acará e Tomé-Açú, no Pará, capacitando-as a adotarem práticas sustentáveis e demonstrando como a educação ambiental pode ser aplicada de forma prática e imediata, gerando impacto direto na sociedade atual.

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SOMAR: Como se faz a sustentabilidade social na prática

O SOMAR nasceu em 2023 para aprimorar a gestão do relacionamento com as comunidades no entorno da Agropalma e incentivar diálogos colaborativos, estabelecendo e fortalecendo as relações entre a empresa e a população do entorno. Estruturado com o apoio da Earthworm Foundation (EF), o programa se apresenta como uma iniciativa dinâmica e contínua que desenvolve uma relação colaborativa entre as partes envolvidas, sendo uma evolução das estratégias de gestão socioambiental da companhia na região onde está inserida.

Por meio de uma metodologia simples, a iniciativa preza por abordagens positivas e ajuda a Agropalma a identificar demandas das comunidades da região e apoiar na sua resolução. Dentro desse contexto, a empresa também incita a participação ativa de dezenas de profissionais de suas mais diversas áreas, a fim de que eles compartilhem suas visões de futuro e colaborem entre si e com as pessoas das comunidades envolvidas na ação.

“O SOMAR é um programa que, em parceria com a Earthworm Foundation, conseguiu ir muito além do esperado em apenas dois anos, impactando positivamente mais de 9 mil vidas”, afirma Wander Antunes, coordenador de responsabilidade socioambiental da Agropalma, que atribui o sucesso do programa à sua metodologia diferenciada e colaborativa. “Seguimos o princípio do consentimento livre, prévio e informado que nos permite ouvir para então ajudar a atender demandas locais de forma genuína, seja na área ambiental, social, educacional e cultural, entre outras.”

Até o momento, quatro grandes temas prioritários já foram identificados pelas sessões de diálogo promovidas pelo programa. São eles: educação, infraestrutura, meio ambiente e saúde e bem-estar. Com esse mapeamento, a Agropalma tem atuado de forma ativa nessas áreas por meio de diversas ações proativas, que crescem em sincronia com a expansão do programa.

Na área da educação e do meio ambiente, por exemplo, a companhia alcançou mais de 1.400 participantes com palestras focadas na conscientização e preservação ambiental. Nas escolas, o plantio de mudas de árvores nativas da floresta amazônica foi uma das muitas ações pontuais e de reafirmação da proteção ecológica, atividades essas que não se limitaram apenas ao ambiente das vilas e comunidades, mas chegaram até as escolas locais.

No que diz respeito à atuação direta dentro dos meios educacionais, cerca de 600 crianças e jovens imergiram no Projeto (Re)ciclo de Cinema, que utiliza a sétima arte como ferramenta de aprendizado e sensibilização, e conta com apresentações sobre reciclagem e a natureza. Complementarmente, ainda dentro dos ambientes de aprendizado, a empresa também colaborou no fornecimento de materiais didáticos e na doação de mais de mil brinquedos, distribuídos em 22 escolas de municípios e vilas próximas à empresa.

O público jovem, por sua vez, foi contemplado com programas especiais que visam à conscientização e ao protagonismo juvenil. Entre eles destacam-se a Jornada Jovem Consciente, com 87 participantes, e o Participa Jovem, que engajou 119 jovens. Somando-se a essas iniciativas, o Cine Agropalma, uma carreta itinerante, exibiu filmes de bilheteria e percorreu algumas comunidades, alcançando mais de 2 mil pessoas.

“O SOMAR é fundamental porque nos permite investir no presente. Ao levar a educação ambiental, estamos garantindo que a conscientização e as práticas sustentáveis não sejam metas distantes, mas uma realidade vivenciada e aplicada por cada participante”, defende Antunes. “Isso nos permite ver resultados concretos e promover o desenvolvimento das comunidades no curto prazo, construindo um futuro mais sustentável passo a passo, a partir de hoje.”