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CORPUS CHRISTI 🤍

Cores e devoção se espalham e enfeitam as ruas de Capanema 

Celebração que se tornou a principal da cidade, levou mais de 30 mil para acompanhar a procissão e também a confecção dos tapetes coloridos com temas variados, que reúne jovens e adultos

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Imagem ilustrativa da notícia Cores e devoção se espalham e enfeitam as ruas de Capanema  camera Multidão acompanhou a procissão do Santíssimo Sacramento nos tapetes coloridos de serragem | FOTO: CELSO RODRIGUES

Milhares de pessoas saíram ontem (19) às ruas na tradicional celebração de Corpus Christi no município de Capanema, nordeste paraense. Considerada patrimônio cultural e imaterial, a cerimônia chegou à 49ª edição com o tema “Peregrinos da Esperança, caminhando com Cristo na Eucaristia”. Segundo a diretoria do evento, a expectativa era de que 30 mil pessoas participassem ao longo da procissão.

A programação religiosa começou às 7 da manhã, com missa campal presidida pelo bispo da Arquidiocese de Castanhal, Dom Carlos Verzeletti, na Praça Frei Hermes Recanati, em frente à Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Em seguida, às 8h30, Verzeletti conduziu o Santíssimo Sacramento em procissão sob os tapetes decorados pelas ruas da cidade.

“É bonito ver o povo que louva ao Senhor e que diante da Eucaristia, Jesus se faz pão. Jesus dava o pão para ser distribuído. Para nós acompanhar esta peregrinação é dar, repartir, distribuir, partilhar. Não devemos nos deixar contagiar pela arrogância, nem que o nosso coração fique invadido pela amargura, pela lamentação”, disse Dom Carlos Verzeletti.

Cerca de 600 pessoas, a maioria jovens e adolescentes, estiveram envolvidas na confecção de 1.300 metros de tapetes feitos com serragem e tingidos com diferentes cores para formar os mais variados ornatos simbólicos pelas ruas. Os tapetes começaram a ser produzidos no início da noite da última quarta-feira (18) e foram finalizados na madrugada de ontem (19).

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Segundo o pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Frei Antonio Gildo, o feriado de Corpus Christi representa um dia de descanso e renovação espiritual, com os devotos vivendo a caridade e a fraternidade, compartilhando e favorecendo o bem comum a partir da sabedoria do evangelho. “Nós oramos por todos para a paz no mundo. Que a Eucaristia, com presença real, possa nos levar à consciência de que é se entregando que nós viveremos o novo céu e a nova terra”.

O percurso da procissão saiu de frente da paróquia e seguiu em direção à travessa Dois de Junho, avenida Barão de Capanema, travessa Djalma Dutra, rua Dom Pedro II, travessa César Pinheiro, e retornando à Praça Frei Hermes Recanati após uma hora de procissão. Em seguida, Dom Carlos Verzeletti realizou a missa final diante da praça lotada de devotos.

O evento contou com o apoio da Polícia Militar, Polícia Civil, Samu, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Trânsito (Semutran).

No ano de 2022, a celebração de Corpus Christi de Capanema foi registrada como Patrimônio Imaterial do Estado, pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC). Em 2011, a festa foi declarada Patrimônio Artístico, Cultural e Imaterial do estado e do município de Capanema pela Lei Municipal n.º 6.277, de 9 de setembro de 2009 e pela Lei Estadual n.º 7.518, de 5 de maio de 2011.

EMOÇÃO

Emocionada com a programação, a aposentada Maria de Fátima Rodrigues, 64, participa todos os anos da celebração em Capanema, cidade onde mora. “Corpus Christi significa o principal milagre que Jesus fez ao multiplicar o pão. Para nós católicos, é um privilégio participar da celebração de Corpus Christi. Que usemos o exemplo de Jesus para trazer dentro de nós o amor de Deus”.

Para o servidor público Dilson Maia, 56, o evento é uma forma de promover a fé em Cristo entre as pessoas. Na companhia da esposa, a dona de casa Rosa Maia, 56, ele destaca que a cidade toda se preparou para a célebre data. “Eu participo sempre da cerimônia de Corpus Christi. Aqui é uma tradição de mais de 40 anos. É sempre uma expectativa participar dessa festa. Cada ano que passa vem mais gente. É muito bonito ver os tapetes”.

Cores e devoção se espalham e enfeitam as ruas de Capanema 
📷 |FOTO: CELSO RODRIGUES

A atendente de loja Vanessa Miranda, 37, afirma que poder celebrar o Corpo de Cristo é um momento de comunhão e fé, ao mesmo tempo que é gratificante contemplar o colorido e significado dos mosaicos formados pelos tapetes de serragem. Na companhia da filha Emilly, 16, Miranda ressalta o empenho de quem confeccionou os desenhos coloridos nas ruas por onde a procissão percorreu. “É uma festa muito importante para nós aqui da cidade. Muitos jovens se dedicam para fazer os desenhos. O resultado é muito bonito”, afirma.

HISTÓRIA

Conforme o historiador e doutor em História Social, Luciano Demetrius, não se sabe ao certo quando a procissão de Corpus Christi teve início em Capanema, mas acredita-se que foi entre o final dos anos 1950 e início dos anos 60, quando começou a ser realizada pela população. Quanto à ornamentação das ruas, ela se deu de forma efetiva entre os anos de 1976 e 1977, durante a época em que o vigário era o Frei Hermes Recanati.

“Ele e mais um grupo de jovens do TLC (Treinamento de Liderança Cristã) aqui em Capanema tiveram a iniciativa, no ano de 1976, de começar a enfeitar o percurso da procissão. Mas, naquele ano, eles não conseguiram concluir, pois o número de pessoas envolvidas era muito pequeno. Foi somente em 1977 que o percurso onde era realizada a procissão foi efetivamente enfeitado e começou a ter um movimento maior da população”.

Demetrius explica que para a cidade de Capanema é um evento muito especial, pois a população fica envolvida. O historiador frisa, ainda, que o evento tem conquistado cada vez mais interesse anualmente, não apenas por parte da população, mas também das autoridades.

“O que eu noto de vários anos de observação da produção de Corpus Christi em Capanema é que além do envolvimento cada vez maior da população, há também participação muito forte de pessoas de outros municípios. São visitantes não só na véspera, mas também durante a procissão de Corpus Christi, tornando-se maior a cada ano que passa.”

O historiador comenta que a produção dos tapetes coloridos foi sendo alterada ao longo dos anos. Nos primeiros tempos de ornamentação das ruas, os tapetes possuíam desenhos mais voltados para temas litúrgicos e imagens de santos, ou seja, temas mais direcionados a aspectos religiosos. A partir do final da década de 1980, já com a reabertura política no Brasil com o fim da ditadura militar, houve uma mudança na produção dos tapetes que ganharam também temáticas ambientais e políticas. “Não é só um evento religioso, é uma data que também envolve aspectos artísticos e culturais que devem ser ressaltados”.

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