plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 30°
cotação atual R$


home
SEM AUTORIZAÇÃO DA FAMÍLIA

Helder afasta médico que extraiu 17 dentes de jovem autista

Familiares relatam que uma jovem autista de 19 anos teve 17 dentes extraídos enquanto estava sedada, sem a autorização da mãe. Governador determinou o afastamento do profissional e instaurou investigação.

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Helder afasta médico que extraiu 17 dentes de jovem autista camera A jovem foi internada para um procedimento de restauração dentária, mas teve 17 dentes extraídos sem autorização da família. | Acervo pessoal

Uma dor indescritível e um trauma para a vida. Esse é o drama vivido pela família de uma jovem autista de Belém, que após procurar atendimento médico, teve 17 dentes arrancados sem a autorização e ciência da mãe. Familiares da jovem alegam negligência médica no tratamento. O governador do Pará, Helder Barbalho, determinou o afastamento do profissional responsável e a investigação do ocorrido.

O caso ocorreu no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), no bairro do Telégrafo. Segundo a irmã da paciente, que o DOL optou por não divulgar a identidade para preservar a jovem, a vítima é uma autista grau 3, um nível severo da condição, e há anos faz o tratamento odontológico na unidade. Durante os procedimentos, é comum ela ser sedada, por ser uma adolescente agitada.

“Já estávamos acostumadas a vir e fazer as restaurações nos dentes dela, tudo ok”, afirmou a irmã da paciente, que havia buscado atendimento no local na última segunda-feira (16). “Minha mãe veio fazer o procedimento de restauração. O médico havia perguntado onde minha irmã sentia dor no dente, e ela falou ‘só sente dor neste dente aqui’ e mostrou qual era. Até aí tudo bem, minha irmã entrou para a sala de cirurgia”.

Segundo o relato, foi nesse momento que a família da jovem começou a perceber algo estranho no atendimento. “Nisso que ela entrou, a mamãe viu um movimento de entra e sai de auxiliares, e minha mãe o tempo todo perguntando se estava tudo bem, como ela estava, porque ela sempre fica muito preocupada. E eles diziam que estava tudo ocorrendo bem”, continuou. “Só que ninguém avisou em nenhum momento que estavam fazendo extração nos dentes da minha irmã. Aí quando ela saiu, o médico falou que precisou extrair 17 dentes dela. E só avisou depois que já tinha feito”.

NEGLIGÊNCIA

“Ele não avisou com antecedência, não avisou o grau de necessidade do procedimento. Minha mãe ficou desesperada, me ligou chorando”, continuou a irmã da paciente, que afirma ter ido até o CIIR para conversar com a administração do local e o responsável pelo atendimento, que teriam sido questionados sobre se não poderia ter sido feito algum exame de previsibilidade para atestar a necessidade do procedimento. “Eles disseram que existia esse exame, que seria uma radiografia, que foi solicitada, mas que não foi feita. Quando minha mãe perguntou sobre a radiografia, o médico disse que não era necessária. Só que era sim. Se tivessem feito essa radiografia, minha irmã não tinha passado por isso”.

A família da paciente ainda alegou que houve um descaso com a situação da paciente após o procedimento. “Eles alegam que foi uma situação de clínica médica. Quando eu perguntei sobre o que seria feito, se minha irmã ia ficar sem dente, se eles faziam a prótese lá, e eles disseram que não e passaram um receituário de pós operatório. Meio que falaram ‘é isso que a gente vai fazer’”,afirmou a jovem. “Além deles terem feito a situação sem a autorização, que a minha mãe não autorizou isso. Está marcado no documento que foi solicitado uma restauração, nenhum momento eles falaram de extração”.

“Eles não avisaram. Foi uma agressão contra a minha irmã. Ela estava sedada, sozinha dentro de uma sala”, continua. “Eles dizem que não foi um caso de negligência médica, mas foi sim. Porque não foi feito o exame de radiografia. Não foi avisado enquanto os auxiliares estavam saindo e entrando da sala de cirurgia, deixaram acontecer tudo como estava”.

“Eles ainda disseram que não era uma situação rara, não era uma exceção, que eles estavam ‘acostumados a fazer isso com outras crianças’. Isso é normal pra eles, extrair essa quantidade de dentes de uma criança. Isso não é normal nunca!”.

INVESTIGAÇÃO

Após o ocorrido, a família da paciente registrou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. Pelas redes sociais, o Governador Helder Barbalho informou que tomou conhecimento do caso e determinou apuração sobre o ocorrido.

“É muito grave a denúncia de que uma jovem com autismo severo teve dentes extraídos sem autorização da família em um equipamento público do Estado”, escreveu. “Já determinei imediato afastamento do profissional envolvido e abertura de uma investigação para esclarecer o caso e punir todos os responsáveis. A prioridade agora é prestar todo apoio à jovem e à sua família”.

O DOL também solicitou posicionamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e aguarda posicionamento.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Pará

    Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

    Últimas Notícias