A COP30 é uma grande oportunidade de investimento em um novo negócio. Faltando poucos meses para sua realização, alguns setores devem se destacar na geração de renda durante a conferência. Com foco no atendimento voltado a um padrão internacional, o evento deve proporcionar não apenas um bom faturamento, mas o crescimento de Belém entre os destinos turísticos.
Desde 2022, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) marca presença na Conferência das Partes das Nações Unidas (COP) no intuito de entender os mecanismos que movimentam a economia das cidades-sede para aplicá-los na preparação e auxílio dos pequenos negócios. No Pará, o Sebrae tem trabalhado em quatro eixos principais com foco na COP da Amazônia, sendo eles: economia criativa, mobilidade, alimentação e bebidas e hospitalidade.
De acordo com o diretor superintendente do Sebrae-PA, Rubens Magno, as oportunidades de empreender são inúmeras. No setor de economia criativa, por exemplo, o destaque está na venda de lembranças artesanais, mas também na comercialização de biojoias, peças da moda marajoara, além de apresentações de arte e cultura, com grupos folclóricos de carimbó, siriá, cordões de pássaro e quadrilhas.
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“Quando viajamos é inevitável comprarmos aqueles souvenirs, desde ímãs de geladeira a camiseta. São produtos que têm manualidade que misturam arte e cultura. No Pará, nós temos uma riqueza absurdamente grande através dos nossos artesãos. Também temos o comércio varejista, por exemplo, com a moda marajoara, as bijuterias e biojoias. Não podemos esquecer da arte e da cultura com apresentações de grupos de carimbó, quadrilha, grupos de siriá, grupos folclóricos de maneira geral”, aponta Magno.
Com o selo de Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco, o ramo de alimentação e bebidas de Belém também estará entre os melhores empreendimentos de 2025. O foco está voltado principalmente para a venda de comidas típicas, desde os carrinhos de rua aos grandes restaurantes. “Somos patrimônio mundial de gastronomia, e todos os empreendimentos serão extremamente demandados nesse período. Se você é empreendedor dessa área é preciso continuar na preparação para um atendimento internacional. Estamos falando de adaptação dos cardápios para língua estrangeira e investimento em um membro do time, ou o time inteiro, tenha alguma noção ou fale inglês”, afirma o diretor do Sebrae no Pará.
Outro ponto importante é a questão da mobilidade urbana. Por isso, motoristas e entregadores precisam estar preparados para um padrão internacional. “Todos os serviços de transporte, sejam eles táxi ou motoristas de aplicativo, precisam estar preparados para um padrão internacional, ou seja, estarem com carros limpos, preparados para falar dos pontos turísticos da cidade. Dentro disso, não podemos esquecer a organização dos eventos de deslocamento fluvial. Dentro desse processo entram os barqueiros que atravessam para as ilhas de Belém, como o Combu, a Ilha do Murutucu, Ilha Grande, Ilha das Onças, além de Mosqueiro e Outeiro”, menciona o Rubens Magno do Sebrae-PA.
Por fim, os serviços de hospitalidade e recepção dos visitantes também são opções com alta demanda durante o evento. “A gente fala de hotéis, motéis, hostel e outras formas de hospedagem, como por exemplo o Airbnb. Temos um convênio entre o Sebrae, o Airbnb e o Governo do Estado do Pará em que fazemos o treinamento de anfitriões. Já saímos de 750 leitos para quase 6 mil anfitriões cadastrados dentro da plataforma, e esse número tende a crescer. A hospedagem de cama e café é uma tendência”, indica o diretor superintendente do Sebrae-PA.
PREPARATIVOS
Quem está pensando em começar um empreendimento nessas áreas ainda há tempo. Porém, tanto aqueles que pensam em dar o primeiro passo quanto os que querem consolidar o seu negócio é preciso investir na divulgação correta e verdadeira do seu produto. “As pessoas estão vindo aqui para ter experiência e precisamos entender que isso precisa ser autêntico. Precisamos ter uma essência real, vender um produto e entregar aquilo que está vendendo. Estar presente no meio digital, sim, e mesmo com a dificuldade da língua, fazer uma comunicação adequada”, disse Rubens Magno.
EXPECTATIVA
O artesão Reginaldo da Conceição, 44 anos, trabalha há mais de 15 anos com artigos em cerâmica, no mercado do Ver-O-Peso. Com peças que retratam o cotidiano amazônico, a aposta de uma boa venda durante o evento internacional envolve a venda dos artesanatos em miniatura devido ao fácil transporte doméstico e ao exterior. Por isso, o artesão tem investido cada vez mais no estoque dessas mercadorias, que devem ser o carro-chefe das vendas durante os dias de evento.
“Eu estou com uma expectativa boa para essa COP-30 tanto é que eu já estou me organizando, me preparando, sem deixar para cima da hora. Tenho investido no meu ramo de trabalho, estocando a minha mercadoria, prestando atenção nos produtos que vendem mais durante a semana. Já comecei o ano pensando nisso, na esperança de que eu tenha uma boa venda. Eu já trabalho com artesanato há um bom tempo e tenho investido nas peças que mais saem”, afirmou Reginaldo.
A venda de comidas típicas na Barraca da Fafá já é velha conhecida de paraenses e visitantes que passam pelo Centro Comercial de Belém. Para o debate climático, a proprietária Maria de Fátima Araújo, 72 anos, espera grande movimento no ponto de venda, que já se tornou uma das referências no ramo de comida de rua. Acostumada com o atendimento aos estrangeiros, ela afirma estar preparada para o aumento do fluxo ocasionado pela COP-30, em Belém.
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“Como eu trabalho com comida, não tem como me preparar antecipado armazenando os ingredientes. O que eu estou fazendo é observar o movimento aqui na barraca. Como eu trabalho há muito anos aqui, eu já estou preparada para quando o movimento aumentar. Meu trabalho nunca deixou a desejar e eu já estou preparada para receber qualquer pessoa, como já venho recebendo. Estou na expectativa pelo aumento e mesmo assim vamos conseguir levar. E se aparecer um gringo aqui, a gente também consegue fazer nossa venda”, garante Fafá.
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