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FEMINICÍDIO ZERO

Câmara federal debateu violência contra a mulher no futebol

Reunião da Comissão Mista de Combate à violência foi comandada pela deputada Elcione Barbalho, que pediu maior engajamento em campanha para evitar que elas sejam vítimas de ataques nesses dias

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Imagem ilustrativa da notícia Câmara federal debateu violência contra a mulher no futebol camera Campanha Feminicídio Zero ocorreu nos estádios e Elcione pediu maior resposta contra os crimes | Foto: reprodução

O futebol é uma das alegrias dos brasileiros, tanto para aqueles que frequentam estádios quanto para quem prefere reunir amigos para acompanhar juntos a partida do time favorito. Mas há por trás dessa preferência nacional uma triste realidade que passou a ser conhecida após os avanços conquistados pela Lei Maria da Penha: é nos dias de jogos que aumentam os registros de ameaças de violência doméstica contra mulheres. Essa constatação foi demonstrada pela pesquisa “Violência contra mulheres e o futebol”, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública ao Instituto Avon.

Essa disparidade foi tema de uma audiência pública da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher do Congresso Nacional, conduzida pela vice-presidente, deputada federal Elcione Barbalho (MDB), uma das parlamentares mais atuante pelo direito das mulheres no Legislativo brasileiro. “Queremos que o torcedor brasileiro enxergue o estádio como um espaço de respeito e segurança para as mulheres, e que leve essa ideia para fora das arquibancadas e para o seu cotidiano”, disse a deputada ao abrir o debate.

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Os dados da pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em cidades com grandes estádios, o número de ameaças contra mulheres aumenta em 23,7% nos dias de jogos, enquanto os casos de lesão corporal crescem 25,9%.

“Esses dados são alarmantes. O esporte, que tem o poder de unir e emocionar milhões, pode e deve ser um aliado na luta contra a violência. Precisamos dar uma resposta concreta a essa realidade”, afirmou a deputada.

CAMPANHA

Um dos pontos da audiência foi a referência feita à campanha “Feminicídio Zero”, promovida este ano durante o Campeonato Brasileiro. A iniciativa, realizada em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério das Mulheres e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), levou a mensagem “Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada” para os telões dos estádios, onde foi vista e discutida por milhares de torcedores.

Câmara federal debateu violência contra a mulher no futebol
📷 |Foto: reprodução

A deputada Elcione ressaltou a importância de se alcançar o público masculino, que constitui a maioria dos espectadores nos estádios. Segundo ela, o futebol e outros esportes são veículos poderosos de valores e comportamentos.

A pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Isabella Matosinhos, que participou da audiência, realçou que os homens respondem por 90% dos crimes letais contra as mulheres nos últimos anos. Das agressões cometidas em dias de jogos de futebol, segundo demonstrou a pesquisa, 80% das ameaças e 78% das lesões corporais são cometidas por companheiro ou ex-companheiro da vítima.

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A pesquisadora sublinhou, no entanto, que esses números não significam que o futebol seja a causa da violência contra as mulheres, mesmo nesse contexto dos dias de jogo. A violência de gênero, segundo ela, é um fenômeno complexo, com causas também complexas, sustentou a especialista.

A audiência pública contou com a participação de integrantes do poder público, instituições e organizações sociais que destacaram as campanhas de conscientização que têm sido realizadas pelo país e debateram sobre alternativas de conscientização sobre o tema.

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