Será publicado na próxima semana, o edital de licitação para a obra de dragagem do canal de acesso e construção de berços de atracação - local específico onde o navio atraca no porto também conhecido como terminal marítimo. Nele acontecem as operações de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias. O anúncio foi feito em Brasília pelo Secretário Extraordinário para a COP30, Valter Correia da Silva. Ele informou que o governo federal vai investir R$ 200 milhões na adaptação para a capital receber navios de grande porte, incluindo as embarcações turísticas que vão reforçar o apoio para hospedagem durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025.
Valter Correia apresentou detalhes sobre o planejamento para utilizar navios como forma de hospedagem durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2025, que será sediada em Belém. A apresentação ocorreu durante o último painel do 6º Fórum CLIA, promovido pela Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro.
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Serão 4,5 mil quartos disponibilizados em dois navios de cruzeiro. Segundo ele, as ações para garantir que Belém receba bem a Conferência estão sendo coordenadas por diversos órgãos do governo federal, em colaboração com o Governo do Pará e a Prefeitura de Belém. “Não apenas Belém, mas toda a região metropolitana está sendo preparada para receber as delegações de mais de 190 países. Esperamos entre 120 e 150 chefes de Estado durante a COP30. O mundo vai poder conhecer mais sobre a Amazônia”, afirmou Correia.
As adaptações necessárias para que o porto de Belém possa receber os navios de cruzeiro foram apresentadas por Jardel Silva, presidente da Companhia Docas do Pará, juntamente com Rosângela Barbosa, gerente de engenharia, e Amiraldo Andrade Junior, administrador de operações do Porto de Belém.
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A principal obra para que os navios de grande porte possam adentrar o porto de Belém é a dragagem, que consiste no aprofundamento do fundo de rios, lagos, mares, baías e canais. “Belém possui a área de acesso com uma limitação, que é no canal de entrada. Com a dragagem isso vai melhorar e assim os cruzeiros podem adentrar. Esse é um grande desafio para nós que estamos a frente do porto, fazer a atracação do navio e deixar esse legado”, explicou Amiraldo Andrade Júnior.
“Elaboramos o edital para o processo de dragagem em parceria com a CGU, a AGU, Dnit, Ministério de Portos e Aeroportos, Governo do Pará, CDP e pesquisadores da UFPA que conhecem muito bem aquele rio”, acrescentou Valter Correia.
Marco Ferraz, presidente da Associação Internacional de Linhas de Cruzeiro - CLIA Brasil, ressaltou que as obras de dragagem previstas para o rio poderão trazer um legado significativo para o turismo na cidade. “Todos os anos, entre 15 e 20 navios vão para Manaus, mas, até agora, não havia condições de chegar a Belém. Com essas melhorias, a operação no Porto de Belém será possível”, informou.
Ferraz também ressaltou a possibilidade de sediar outros eventos dentro dos navios durante a COP30. Os navios de cruzeiro contam com uma grande estrutura, entre elas auditório preparado para receber mais de duas mil pessoas, dependendo do tamanho da embarcação. Amplos restaurantes e espaços de uso comum internos também poderão ser usados.
AUTORIZAÇÃO
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), concedeu, no início de julho, à Companhia Docas do Pará – Porto de Belém, autorização para a dragagem no Porto Organizado de Belém, o que inclui os Terminais Petroquímico de Miramar e Portuário de Outeiro. A licença é válida até 28 de junho de 2026.
O projeto prevê a dragagem de um volume de aproximadamente 6,5 milhões de metros cúbicos, como parte da preparação da capital paraense, para a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em novembro em Belém.
O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, destacou a estratégia da nova obra. “A dragagem do porto da Companhia Docas do Pará integra parte fundamental das obras de infraestrutura de Belém para a COP 30, e, será um dos importantes legados da COP para a capital do Estado”.
“Essa obra vai permitir com que a cidade possa receber embarcações de grande porte, como navios de cruzeiro, que poderão chegar e atracar e permitir uma grande parte do público que virá participar da COP”, disse o secretário de Meio Ambiente do Pará, Mauro O’de Almeida.
De acordo com a Semas, a autorização emitida pela Diretoria de Licenciamento da Semas é condicionada à apresentação de um estudo de caracterização geoquímica do material a ser dragado. O documento de concessão lista uma série de condicionantes que a Companhia Docas do Pará deve cumprir durante a vigência da autorização.
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