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JUSTIÇA

Agredida por guarda de Belém relata alívio após prisão

Diego Silva Costa foi preso nesta quarta-feira (15), três meses após agressão contra a ex-namorada em bar de Belém

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Imagem ilustrativa da notícia Agredida por guarda de Belém relata alívio após prisão camera Vítima não foi a primeira de Diego, mas disse esperar ser a última | Reprodução/RBATV

Preso nesta quarta-feira (15), o guarda municipal Diego Silva Costa tem vários processos de agressão contra mulheres na ficha.

Uma delas, a ex-namorada de Diego que publicou o vídeo da agressão nas redes sociais, falou com o DOL sobre a prisão do agressor e as diversas agressões sofridas.

De acordo com ela, que não será identificada por questões de segurança, eles namoraram por dez meses, mas as agressões começaram em janeiro deste ano.

"A primeira briga começou por ciúme, porque ele tinha uma ex que infernizava o nosso relacionamento, a gente discutia muito, e nesse dia a gente discutiu por causa dela, ele me deu um tapa e eu caí na cama. Eu, assustada, peguei as minhas coisas e desci a escada, e ele deu dois chutes na minha cabeça", relembra ela.

A segunda agressão, em fevereiro, foi pelo mesmo motivo. Todo o ato, que aconteceu em frente a um bar, em Belém, foi gravado. Após a agressão, ela chegou a fazer um boletim de ocorrência, mas não seguiu com a denúncia, por medo.

Na terceira, já em março, ela teria sido agredida de forma mais grave. Eles estavam voltando de um bar quando a vítima notou o desaparecimento do celular dela. Ao questionar Diego, uma discussão começou por ele ter perdido o celular.

Ao tentar deixar a casa dele depois dessa discussão, ela foi agredida até desmaiar, e a mãe do agressor a levou para o hospital.

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"Eu me olhava no espelho toda quebrada, passando por dificuldades psicológicas e até financeiras. Ele me deixou super mal financeiramente. Então eu acho que aquilo não era justo. Foi quando eu procurei meus direitos".

Nesse momento, já em abril, foi quando a vítima resolveu publicar o vídeo da agressão, na expectativa de que a justiça fosse feita de forma mais rápida, por ela e pelas outras mulheres que já denunciaram Diego anteriormente. "Eu não fui a primeira vítima, mas eu fui a última".

"Ao mesmo tempo que eu sinto alivio e alegria por ele estar preso, eu sinto medo de alguém da família se revoltar e fazer alguma coisa" afirmou ela, explicando que percebeu pessoas suspeitas ao redor da casa dela desde a denúncia.

Ela também disse que espera a exoneração de Diego da Guarda Municipal de Belém. No momento, ele se encontra apenas afastado, mesmo após a prisão. De acordo com ela, ele já respondia por vários processos administrativos na Guarda Municipal, e por isso estava com porte de arma suspenso.

A vítima contou, também, que Diego estava há três meses sem ir ao trabalho, apresentando apenas atestados médicos, enquanto eles estavam juntos, e que ele teria vendido a arma, de propriedade da Guarda, quando teve seu porte suspenso.

Ela também reforçou a necessidade de denunciar, mas disse entender o medo de outras mulheres.

"Eu espero que a Lei Maria da Penha seja mais severa. Ela é muito lenta. Ela existe, mas, durante todo o meu processo, ele poderia ter feito alguma coisa comigo. É o que acontece, né? Eles vão lá e matam, batem, e fazem mais e mais", disse ela. A mulher também afirmou que o próprio agressor acreditava que nada aconteceria com ele.

"Eu sentia que ia demorar e que não ia dar em nada se eu não fizesse alguma coisa. Aí eu lembrei do vídeo e comecei a circular o vídeo. Foi quando começaram a me procurar para poder falar e denunciar".

Ela relatou ter receio de continuar, mas que não queria parar ali. "Eu vou até o fim. Eu vou conseguir, eu preciso fazer justiça. Por mim e por essas mulheres. Temos que ir até o fim, porque é a nossa vida que tá em jogo".

DENUNCIE

Em 2023, o Brasil teve 1.463 vítimas de feminicídio, uma a cada seis horas. Foram mais de 10 mil casos de mulheres mortas em cenários de violência doméstica em razão do sexo. O levantamento foi feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas no Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher, ou em Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher (DEAMs).

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