O compromisso é mitigar o sofrimento humano e o Pará, especificamente no município de Mãe do Rio, nordeste paraense, é o ponto de partida da startup Mombak – com foco na remoção de carbono por reflorestamento, que pretende retirar um milhão de toneladas de carbono da atmosfera por ano a partir de 2030.
Atualmente, a startup já plantou mais de um milhão de árvores no município e deve chegar a três milhões no primeiro semestre de 2024. A fazenda Turmalina, que possui 3 mil hectares, havia sido quase completamente desmatada para a pecuária e apenas 10% de sua área é de floresta remanescente.
“Decidimos que os créditos a serem gerados pela Mombak são apenas de remoção de carbono, ou seja, plantamos árvores para que elas, a partir da fotossíntese, removam carbono da atmosfera”, explica o co-fundador e diretor executivo da Mombak, Peter Fernandez.
Ou seja, para recuperar a área desmatada na fazenda Turmalina, a primeira etapa da estratégia adotada foi plantar mudas, especialmente espécies nativas da Amazônia, a partir de um detalhado modelo próprio da empresa, que cruza dados climáticos, informações sobre o solo e os tipos de planta e de adubo a serem utilizados na recuperação da floresta.
Segundo Peter Fernandez, a metodologia já atraiu alguns investidores como Bain Capital, USV, Byers Capital, Conservation International, Rockefeller Foundation, AXA e CPP Investments. “Foram séculos agredindo o planeta, jogando carbono na atmosfera. Agora, serão séculos retirando. Não tem jeito. E plantar árvores para promover fotossíntese é algo cientificamente comprovado, não é uma previsão e não possui subjetividades”, afirma.
Ainda de acordo com o diretor executivo, para garantir alta integridade dos créditos, os projetos da Mombak são auditados por auditores credenciados pela Verra. Além da parceria com a Conservation International, que utiliza 24 indicadores de impacto, de equidade de gênero a poluição e espécies ameaçadas de extinção.
IMPACTO
Cerca de 50 colaboradores, nascidos na região nordeste e moradores do município de Mãe do Rio, além de migrantes do estado do Maranhão, trabalham com reflorestamento em Turmalina. O diretor-executivo pontua que trabalhar com nativos faz toda a diferença pois, para estes, a Amazônia não é um conceito distante, mas o lar. Segundo ele, o registro da carteira de trabalho também é algo a se comemorar, pois impacta diretamente na qualidade de vida e economia da região. “Em 2024, queremos aprofundar ainda mais essa conversa para garantir que a comunidade toda possa colher os frutos do reflorestamento, que serão inúmeros e que irão fortalecer a bioeconomia local, seja por meio da castanha, do açaí ou do ucuuba”, conta.
Ferenadez comenta ainda que a COP-30 será o momento e local certo para apresentar mais sobre esse novo mercado e chamar os povos amazônicos para o protagonismo. Para ele, os amazônidas, suas ideias, seus anseios e projetos, estarão no centro do debate. “Com tantas pessoas e investidores no Pará em 2025, esperamos poder levar pessoas até a Mãe do Rio e Tomé Açu para que conheçam os projetos de reflorestamento de perto e conversem com as pessoas impactadas pela iniciativa. A sensação que temos ao chegar lá e ver aquela terra, antes desmatada, florescendo, é única e indescritível. Estaremos na COP 28 no início de dezembro, em Dubai, e já vamos convidar todos por lá para que venham na COP 30”, finaliza.
COMPOSTA
Levar a educação de forma lúdica através da compostagem ou da reciclagem de resíduos é a missão da startup Composta Belém. A empreendedora social e CEO de inovações tecnológicas de impacto social positivo, Samantha Chaar, explica que a startup atua com a reciclagem dos resíduos sólidos, incentivando e promovendo a economia circular através da valorização de resíduos como, garrafas plásticas, embalagens, boiões, frascos, copos, além de alimentícios, por meio da inclusão e capacitação de cooperativas de catadoras e de reciclagem.
“A compostagem iniciou na minha vida em 2017, em função do grande volume do desperdício que me incomodava, devido também atuar no ramo alimentício. Assim, a compostagem mostra-se como uma solução expressiva entre as técnicas de maior potencial”, afirma.
Hoje, a Composta Belém atua em parceria com residências, hotéis e instituições que trabalham com refeitórios, grandes geradores de resíduos, pontua Samantha. De acordo com ela somados aos resíduos orgânicos provenientes de atividades alimentícias, poda urbana e varrição, há uma geração anual de 14 mil toneladas de resíduos que são transformados em produtos, como biofertilizante natural e o adubo orgânico, para a regeneração de solo e para manter a floresta em pé.
“Nossa meta para os próximo 5 anos é implementar, operar e monitorar Unidades de Tratamento dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) contribuindo para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, aumentando a vida útil de aterros sanitários, reduzindo a geração dos resíduos e destinando-os de forma adequada para uma cidade ambientalmente sustentável”, destaca.
Enquanto diretora-executiva e moradora da capital paraense, Chaar destaca que o compromisso é um só. “Queremos mitigar os problemas enfrentados pelo aterro sanitário da cidade, desviando o material de grande monta que seria descartado, transformando-o em solução ambiental, além de gerar emprego para várias pessoas que necessitam desse material como fonte de renda”.
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