Mais uma vez a ciência do Pará é reconhecida com um prêmio nacional e isso é motivo de orgulho para profissionais e para educação do Estado. Desta vez, uma tese do programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará (UFPA) foi a escolhida ao prêmio.
Com autoria de Lorena Esteves e com orientação da professora Danila Cal, o trabalho conquistou o primeiro lugar na categoria tese do Prêmio Intercom 2023, da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, premiação que tem como objetivo reconhecer o trabalho de pesquisadores e programas de pós-graduação em Comunicação no país. Em maio, a pesquisa já havia recebido menção honrosa no Prêmio Compolítica de Teses 2023, da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (Compolítica).
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Intiulada “Ativismo de mulheres indígenas em ambientes digitais: diálogos sobre (de) colonialidades e resistências comunicativas”, a tese discute o ativismo digital de mulheres indígenas que estão na linha de frente do Movimento Indígena Brasileiro, protagonizando a luta coletiva contra opressões interseccionais que atravessam seus corpos-territórios. Sobre a premiação, Lorena afirma que "é com grande honra que recebo e trago esse reconhecimento para a Amazônia. Dedico esse prêmio a todas as mulheres indígenas que resistem em defesa de seus corpos-territórios e lutam pela manutenção da vida no planeta".
A orientadora do trabalho, professora Danila Cal, destaca a emoção pela conquista: “estamos muito felizes. Esse trabalho é fruto de muita dedicação e também de muita responsabilidade com os compromissos éticos, sociais e acadêmicos da pesquisa. A tese da Lorena apresenta uma contribuição significativa para o debate sobre a relação entre comunicação e feminismos decoloniais. Além disso, adota uma abordagem metodológica não-convencional, buscando construir significados e análises em estreita interação com mulheres indígenas”.
Ainda na ocasião da primeira premiação, a Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA, professora Iracilda Sampaio deu ênfase na importância de temas como esse para os povos indígenas do Brasil: “É com grande orgulho que a UFPA recebe esse prêmio para um trabalho produzido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia. Isto mostra maturidade científica do grupo e sensibilidade ao trazer para o debate o ativismo de mulheres indígenas. É sempre muito importante discutir o ativismo das mulheres, mas este trabalho é especial em um momento em que os povos originários do Brasil se encontram sob ataque e pouco visibilizados nas políticas do estado brasileiro. É importante, portanto, que essa temática seja trazida para o ambiente da ciência da Comunicação, para que o tema receba mais atenção do meio acadêmico e político”, declarou.
A tese da Lorena foi desenvolvida no âmbito do Projeto Ecoaras: Comunicação, Democracia e Modos de (R) Existência de Mulheres na Amazônia (UFPA/CNPq), coordenado pelo Grupo de Pesquisa Comunicação, Política e Amazônia - Compoa (PPGCOM-UFPA), com financiamento do CNPq. Para construção da pesquisa, a autora também contou também com a parceria do Observatório de Comunicação, Culturas e Resistências na Pan-Amazônia (PPGCOM-UFPA).
A cerimônia oficial para entrega da premiação da Intercom ocorrerá no dia 06 de setembro, às 19h30, na PUC Minas, em Belo Horizonte (MG), durante a realização do 46º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
O trabalho completo está disponível na plataforma Sucupira.capes.
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