Um levantamento encomendado pela Confederação Nacional dIndústria (CNI) e realizado pela FSB Pesquisa em 2022 revelou que 91% das indústrias consultadas consideram a adoção dos critérios ESG muito importante ou importante em sua gestão.Helder e Marina Silva defendem proteção ao meio ambiente
O estudo também mostrou que 64% delas já formalizaram os critérios em suas estratégias corporativas e outras 19% estão em fase de planejamento, o que evidencia o comprometimento das empresas com o tema.
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O conjunto de padrões e boas práticas que formam os critérios ESG - do inglês Enviromental, Social and Governance - busca integrar a geração de valor econômico com a preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa.
Trata-se de uma forma de avaliar o desempenho de sustentabilidade de uma organização e mostrar seu comprometimento com o mercado em que atua, seus consumidores, fornecedores, colaboradores e investidores.
No Pará, setores como mineração, energia e construção têm investido em projetos sociais, educacionais e de geração de emprego e renda para as comunidades em que estão inseridos.
“Percebemos também um movimento da indústria para trabalhar temas voltados para inclusão e diversidade. O meio ambiente entra nessa pauta ESG por meio de controles internos mais rígidos, para uma produção com menos riscos ao meio ambiente e que segue as normas previstas na legislação ambiental”, evidencia a jornalista Elen Néris, gerente de Comunicação do Sistema FIEPA e especialista em ESG.
Essas indústrias também têm se empenhado na qualificação da mão de obra local e na segurança e saúde de seus trabalhadores. Esse tipo de ação demonstra a importância do compromisso com os critérios ESG para as empresas e a preocupação em contribuir para um futuro mais sustentável.
O DIÁRIO DO PARÁ iniciou o projeto "Inovação e Sustentabilidade", uma série de 12 reportagens especiais que abordarão o tema ESG, com o objetivo de estimular a reflexão e o debate sobre a sustentabilidade com exemplos práticos e boas práticas no meio corporativo.
ESG: Meio ambiente, sustentabilidade e governança na gestão empresarial responsável
A sigla ESG vem ganhando cada vez mais destaque nas discussões sobre negócios e finanças. Trata-se de um conceito que engloba três importantes pilares para a gestão empresarial responsável: meio ambiente (Environmental), sustentabilidade social (Social) e governança (Governance). Esses três aspectos são considerados cruciais para empresas que buscam atender às demandas da sociedade e do mercado.
“Isso quer dizer que a empresa que os vive no dia a dia está comprometida com o meio ambiente, com uma governança transparente e responsável, e com as pessoas, que incluem os trabalhadores e a sociedade da qual ela faz parte”, ressalta Néris.
Na prática, a adoção de práticas de ESG significa incorporar ações e políticas que promovam um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente, ao mesmo tempo em que garantem a integridade e a transparência nas relações corporativas.
Investimentos em empresas que adotam práticas de gestão pautadas nos critérios de ESG podem gerar maior segurança para os investidores, de acordo com a jornalista. “E se formos olhar para o mercado consumidor, vemos um movimento muito forte da sociedade em cobrar cada vez mais das empresas atitudes que estejam voltadas para esses pilares”.
O ESG tem se tornado cada vez mais relevante para a imagem das empresas. Um exemplo prático dessa tendência é o caso de uma indústria acusada de utilizar mão de obra infantil na produção de seus produtos. Os consumidores tendem a evitar esses produtos e procurar alternativas de empresas que estejam em dia com todos os direitos dos trabalhadores.
“A cadeia de fornecedores também está incluída, então a empresa desse nosso exemplo não pode jamais usar na sua produção insumos de um fornecedor que utiliza mão de obra infantil”, verifica.
Projetos incentivam as boas práticas de mercado
A sigla ESG surgiu em 2005 durante uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), na gestão de Kofi Annan. Na ocasião, 20 instituições financeiras de nove países se reuniram para discutir maneiras de incluir as questões ambientais, sociais e de governança no mercado financeiro. O resultado foi o relatório Who Cares Wins (quem ganha se importa, em uma tradução livre).
De acordo com Renato Coelho, gerente da Unidade de Sustentabilidade e Inovação do Sebrae no Pará, o ESG consiste em um conjunto de práticas que devem ser implementadas nas dimensões ambientais, sociais e de governança corporativa dos pequenos negócios.
“Essas ações serão colocadas em prática de acordo com a natureza dos negócios e da afinidade dos empreendedores. Por exemplo, um salão de beleza utiliza uma quantidade razoável de água em cada procedimento, o empreendimento pode se comprometer com a redução do consumo ou o reutilização da água utilizada em outra finalidade; um restaurante pode se comprometer com a aquisição de insumos de pequenos produtores da região em que atua; um escritório de advocacia pode se comprometer com o desenvolvimento de um programa de remuneração que garanta equidade de gênero. E assim por diante”.
Pequenas empresas estabelecem suas metas e estratégias com base nos recursos disponíveis. “Um dos princípios da governança corporativa é a sustentabilidade e não estamos falando somente da sustentabilidade financeira, mas também dos compromissos com as ações sociais e ambientais que a empresa desenvolve. O Sebrae no Pará possui projetos que estimulam o desenvolvimento de empresas preocupadas com essa agenda do ESG como por exemplo o Negócios de Impacto socioambiental (Nisa) e o Inova Amazônia”
O programa Inova Amazônia, do Sebrae, tem o objetivo de fomentar o mercado de Bionegócios na região. A iniciativa tem como objetivo estimular startups e micro e pequenas empresas inovadoras a desenvolver produtos e serviços sustentáveis com a identidade da Amazônia, gerando mais empregos e renda na região.
Com a utilização de recursos renováveis de alto valor agregado, a ideia é substituir processos com alto custo ambiental e baixo retorno econômico de forma continuada e sustentável.
A Amazônia é a casa de grande parte da biodiversidade mundial, cerca de 20%, o que torna o potencial de aproveitamento de recursos renováveis ainda maior.
Além do Inova Amazônia, o Sebrae também lançou o programa Nisa, que busca desenvolver negócios de impacto nos estágios iniciais.
O programa oferece formação e mentorias específicas, além de oportunidades de conexões com o ecossistema, priorizando a conexão com fundos e demais programas de aceleração para favorecer o avanço dos negócios proponentes.
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