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CRISE NO TRANSPORTE

Rodoviários paralisam e bairros ficam sem ônibus em Belém

Trabalhadores da Auto Viação Monte Cristo cruzaram os braços em reivindicação a pagamentos atrasados há meses. Cerca de 10 mil usuários em diversos bairros de Belém são afetados pela paralisação.

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Imagem ilustrativa da notícia Rodoviários paralisam e bairros ficam sem ônibus em Belém camera Rodoviários paralisaram atividades desde as primeiras horas da manhã | Reprodução

O setor de transporte em Belém vive a expectativa pela melhora no serviço prestado à população por meio da licitação, prometida pela Prefeitura de Belém para o mês de agosto.

Enquanto isso, o transporte público de Belém segue em crise. Na manhã desta segunda-feira (25), rodoviários da Auto Viação Monte Cristo paralisaram as atividades em reivindicação por salários de junho que não foram pagos, assim como férias e de tickets atrasados desde maio.

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Os trabalhadores se concentraram em frente à garagem da empresa, localizada na travessa Visconde de Inhaúma, no bairro da Pedreira, desde as primeiras horas da manhã. Desde então, nenhum coletivo deixou o local.

Cerca de 10 mil usuários dos bairros da Sacramenta, Pedreira, Guanabara, Castanheira e Val-de-Cans estão sem transporte.

Rodoviários paralisaram atividades desde as primeiras horas da manhã
📷 Rodoviários paralisaram atividades desde as primeiras horas da manhã |Reprodução

A Monte Cristo opera as linhas 227-Sacramenta/Humaitá, 228-Sacramenta/São Brás/Paraíso dos Pássaros, 237-Sacramenta/Presidente Vargas, 439-Pedreira/Nazaré, 443-Pedreira/Lomas (A), 940-Pedreira/Lomas (B), 445-Pedreira/Lomas (seletivo), 634-Marex/Arsenal e 635-CDP/Providência.

Em maio, 14 ônibus da frota da empresa chegaram a ser apreendidos e desfalcaram algumas das nove linhas operadas pela Monte Cristo. Não há informação sobre o retorno dos coletivos à circulação e nem sobre o que teria provocado a apreensão.

REFORÇO DE FROTA

Em nota, a Semob afirma que acompanha os desdobramentos da paralisação dos rodoviários e que determinou o reforço da frota de linhas sobrepostas às da Monte Cristo por parte de outras empresas do sistema de transporte da capital.

"A Semob acompanha o caso para assegurar que a empresa garanta o pronto restabelecimento da prestação do serviço, inclusive com a aplicação das devidas penalidades, durante o período de paralisação. Para não deixar os usuários desassistidos, há uma determinação da autarquia para que outras empresas, com linhas que têm itinerários sobrepostos aos da Monte Cristo, reforcem suas frotas enquanto durar o movimento grevista", afirma a autarquia.

PARALISAÇÕES

Somente em 2022, os rodoviários da Monte Cristo já paralisaram as atividades ao menos duas outras vezes. Em abril, a empresa ficou dois dias com a frota parada e a reivindicação era a mesma: pagamentos atrasados.

Já na Transportes São Luiz, os rodoviários já completam 42 dias em greve por conta da falta de acordo sobre salários que não foram pagos. Um protesto foi feito no início de julho para cobrar ações da empresa e da Superitendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob).

Desde então, quem utilizava a linha 326-Canudos-Praça Amazonas II (Tucunduba) segue sem o transporte.

DESEQUILÍBRIO

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) afirma que as empresas que operam na capital vivem um desequilíbrio financeiro, com prejuízos mensais que ultrapassam R$ 18 milhões, o que estaria afetando a prestação do serviço e a renovação da frota.

A patronal também ressalta que a redução das alíquotas do ICMS não reduziu o preço do diesel, combustível utilizado nos veículos. Elenca, ainda, que houve aumentos em vários itens da operação do transporte coletivo, como pneus, manutenção, peças, salários, entre outros, que são custeados pela tarifa de R$ 4,00, a qual seria insuficiente, de acordo com o Setransbel.

"O desequilíbrio financeiro das empresas é provocado pela redução na tarifa técnica e tem impossibilitado honrar com os custos elevados do sistema de transporte. A deficiência no setor vem sendo agravada e o reflexo é a escassez de recurso das empresas para cumprir os devidos pagamentos, em razão da falta de determinação das desonerações e subsídios previstos pela Prefeitura de Belém que iriam repor a tarifa técnica estabelecida em R$ 5,01 pela Semob, e aprovada pelo Conselho de Transporte", explica o sindicato.

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