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PATRIMÔNIO

Cemitério da Soledade começa a ser restaurado

Local será transformado em um parque. O projeto está orçado em R$16 milhões.

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Imagem ilustrativa da notícia Cemitério da Soledade começa a ser restaurado camera Trabalho de restauração iniciou com a lavagem das peças em mármore e lápides. | Secult/Ascom

Os trabalhos de restauração e conservação do Cemitério Nossa Senhora da Soledade, que será transformado num parque, no centro de Belém, começaram, ontem (13), com a lavagem das peças em mármores e lápides de sepulturas. A iniciativa é do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em parceria com a Faculdade de Conservação e Restauração da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação (Lacore). Engenheiros, arqueólogos, arquitetos participam das atividades. O projeto está orçado em R$16 milhões.

Para a coordenadora do Lacore, Thais Sanjad, o projeto consiste num trabalho singular que permite que pesquisadores e estudantes coloquem em prática todo o conhecimento que adquiriram ao estudar este espaço. Pesquisas relacionadas à história, à arquitetura, aos costumes da época em que o cemitério funcionava, além de pesquisas sobre o processo de degradação e deterioração das sepulturas, que resultaram técnicas de restauro mais apropriadas.

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Amanhã (15), o espaço vai ser o local de uma aula prática de Biologia Aplicada com os professores Rosildo Paiva e Solange Costa, da Faculdade de Conservação e Restauro da UFPA. Paulo do Canto, que é arqueólogo da Secult, ressaltou que o Cemitério da Soledade guarda traços artísticos imponentes e simbolismos que apontam diferenças culturais, sociais, econômicas e políticas da sociedade paraense do século XIX. “Numa breve caminhada por lá é possível atestar estas diferenças, à medida que se observa a forma como foram posicionados os mausoléus e sepulturas menos monumentais, por exemplo’’, pontuou Paulo.

O Cemitério da Soledade entrou em atividade em 1850. As pesquisas mostram que o número de pessoas enterradas no local ultrapassa 30 mil, devido principalmente às vítimas de duas epidemias: febre amarela (1850) e cólera (1885). As obras de transformação do cemitério em um parque público prosseguem com a parte de arqueologia e de estrutura de drenagem de águas pluviais, passeio de visitantes, revitalização da capela nos próximos dias (gradil e muro) e o novo pórtico de acesso pela Travessa Dr. Moraes. Quando concluído, o espaço vai abrigar uma área expositiva na capela, ações de educação patrimonial e informações expográficas em sua arquitetura mortuária restaurada. A previsão de entrega do equipamento é junho deste ano.

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