Caiçara do Rio do Vento é uma pequena cidade, com pouco mais de três mil habitantes, localizada na região do polígono das secas, no Rio Grande do Norte. As principais atividades econômicas do município são agropecuária e comércio. Um projeto científico, porém, faz da cidade um polo de atração de estudantes e pesquisadores de todo o país.
Na zona rural de Caiçara do Rio do Vento, desde 2017, funciona a primeira estação de pesquisa sobre Marte da América do Sul.
O projeto Habitat Marte, iniciativa do professor Júlio Rezende, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), procura simular situações de sobrevivência e melhoramentos tecnológicos em regiões que guardam alguma semelhança ou condições climáticas extremas tais como aquelas existentes no Planeta Vermelho.
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O último desafio da estação espacial análoga Habitat Marte foi a Missão Sian, realizada entre 5 e 7 de novembro. A 86ª realizada pelo Habitat Marte recebeu esse nome em homenagem a Sian Proctor, que foi uma das astronautas da missão espacial Inspiration 4, da SpaceX, e esteve no espaço de 15 a 18 de setembro. Ela foi uma das pesquisadoras convidadas da missão 42 do Habitat Marte.
PARAENSE EM "OUTRO PLANETA"
A estudante Isabella Fernanda Gomes, de 10 anos, conheceu o projeto Habitat Marte pelas redes sociais. Ela pediu para a mãe, como presente pelo aniversário de 10 anos, a inscrição para integrar a missão Sian. Mãe e filha embarcaram para o Rio Grande do Norte e realizaram diversas atividades científicas na semana passada.
Dentre as atividades desenvolvidas, a estudante teve que realizar explorações, como se estivesse em solo marciano, em um ambiente cuja sensação térmica alcançava os 50ºC, utilizando trajes espaciais. Isabella também cuidou de plantas e peixes na estufa Biohabitat, com o objetivo de simular como seria a alimentação em um futuro habitat autosustentável em Marte. Outra preocupação da equipe é com a qualidade da água na estação.
"Muito feliz em ser a criança mais jovem a participar da formação de astronauta. Fizemos uma exploração, com percurso de aproximadamente três quilômetros e meio, com sensação térmica de 50º. Foi uma experiência incrível, aprendi muito com a tripulação e o professor Júlio", disse a paraense.
Isabella Gomes demonstra interesse por astronomia há dois anos e recebe o incentivo da família. A jovem cientista também participa do Programa Caça Asteroides, da NASA. Ela já identificou cinco asteroides e enviou relatórios à Agência Espacial Norte-Americana.
Agora, resta aguardar os próximos passos da jovem cientista, que pode trilhar um grande e único caminho, destacando-se não apenas em sua área de interesse, como também ajudando a destacar seu Estado de origem. O céu, para ela, como podemos perceber, não parece ser o limite.
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