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11 ANOS DO DOL

Mineração e Energia mudaram a cara de cidades do Pará

A ciranda dos números da Economia paraense foi frenética nos últimos 11 anos. Cidades com produção mineral e de energia ganham cada vez mais relevância econômica no Estado.

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Imagem ilustrativa da notícia Mineração e Energia mudaram a cara de cidades do Pará camera Mineração alavancou a economia de cidades como Parauapebas e Canaã dos Carajás. | Reprodução/Vale

Em 11 anos, a Economia do Pará se manteve baseada nas commodities agropecuárias, minerais e de energia. Mas, ao observar indicadores econômicos das atividades realizadas em solo paraense, é possível perceber mudanças significativas na circulação de riquezas entre os municípios e regiões.

As economias da capital paraense e das cidades do entorno, por exemplo, têm perdido pujança para as atuais campeões em receita do Estado, como as cidades do Sul, Sudeste e Sudoeste do Pará, que cresceram no ritmo da intensa exploração mineral e da geração energia, em projetos como a mega Usina Hidrelétrica Belo Monte.

Como panorama da soma de todas as riquezas do Estado, o ano de 2020 aponta que os impactos da pandemia, de maneira geral, não prejudicaram o Pará. Mas, como os municípios estavam há 11? Quem tinha o melhor Produto Interno Bruto (PIB)? Quem gerava mais riqueza dentro do Estado.

Mineração e Energia mudaram a cara de cidades do Pará
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Em 2010, os cinco municípios com maior PIB eram Belém, em primeiro, com cerca de R$ 18,8 bilhões em receita, seguido por Paraupebas (hoje chamada de “Capital da mineração”), com R$ 14,9 bilhões, e a vizinha Ananindeua, com R$ 4,1 bilhão, em terceiro. O quarto lugar era de Marabá, mais cidade da região da mineração, com R$ 3,4 bilhão, e a quinta colocação para Tucuruí, onde está instalada a hidrelétrica que refine boa parte da receita do município.

No mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o PIB nos municípios, realizado em 2017, Belém se manteve em primeira com R$ 31,4 bilhões de todas as riquezas somas e Parauapebas ficou em segundo novamente, com R$ 15,9 bilhão. Marabá subiu para a terceira posição com R$ 8,7 bilhões, seguida de Ananindeua (R$ 7,4 bilhões) e Tucuruí (R$ 7,4 bilhões).

Avaliando apenas a variação do PIB já é possível observar mudanças importantes na Economia paraense. Quando o indicador é o PIB per capita, isto é, a relação entre a riqueza gerada e a população de cada município, essas alterações ficam ainda mais evidentes. É visível nos números a força de municípios com atividade industrial forte, principalmente, em relação à mineração e produção de energia.

Em 2010, o melhor PIB per capita era de Parauapebas, com R$ 97,3 milhões, seguido de Canaã dos Carajás, R$ 79,3 milhões. Das cinco melhores posições desse índice, apenas Tucuruí não era uma cidade com a economia alavancada pela mineração, ainda assim ficou em terceiro, com R$ 26,4 milhões. No Oeste paraense, Oriximiná, tradicionalmente vinculado à extração de bauxita, matéria-prima para fabricação de alumínio, ficou na quarta posição com PIB per capita de R$ 25,9 milhões. Já Barcarena, na região Nordeste, com o Porto da Vila do Conde, a indústria de alumínio Albras e a refinaria de alumina Alunorte, teve o quinto melhor resultado: R$ 22,3 milhões.

Ciranda dos números

Em 2018, essa posições mudaram, o que indica também dinâmicas e potenciais econômicos diferentes entre as regiões paraenses. A pequena Vitória do Xingu, no Sudoeste, desta vez, aparece em primeiro no levantamento mais recente, com um PIB por cabeça de R$ 291,9 milhões. O motivo está ligado à arrecadação e repasses de royalties da gigante Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a quarta maior do mundo, cuja primeira turbina começou a ser operada em 2014.

Belo Monte, a mega usina hidrelétrica em território paraense, começou a operar em 2016.
📷 Belo Monte, a mega usina hidrelétrica em território paraense, começou a operar em 2016. |Norte Energia

Outro campeão do PIB per capita é o segundo colocado, Canaã dos Carajás, com R$ 197,1 milhões. A riqueza apontada no indicador está relacionada à atividade mineral de cobre, níquel e ferro, com destaque para a mina de Sossego para explorar cobre e mina de S11D, a maior do mundo em exploração do ferro. Em 11 anos, o município virou um polo de geração de emprego e renda e, por esse motivo, também de atração populacional. O site oficial da Prefeitura informa que a população canaãense subiu de 10.922 pessoas, em 2000, para 31.062, em 2013, conforme dados do IBGE. Hoje, já são cerca de 50 mil habitantes habitantes.

Na ciranda econômica das potências municipais, Parauapebas ficou em terceiro com um PIB per capita de R$ 78,8 bilhões. Ela é hoje considerada a capital da mineração devido às atividades da Vale e tem um vertiginoso crescimento econômico, comparado proporcionalmente a grandes economias globais. Na escala PIB relacionado à população, Tucuruí, grande produtora de energia, fica em quarto com R$ 66,7 milhões e a quinta posição com Jacareacanga, com R$ 51,8 milhões. Este município vinculado à atividade agropecuária, principalmente.

PIB na Pandemia

Embora a Economia mundial tenha sido ditada pelo ritmo da pandemia de covid-19, os números de 2020 mostram que o Pará obteve um saldo positivo no Produto Interno Bruto (PIB), registrado em 1,7%, maior do que o de 2019, contabilizado em 1,6%. O Estado foi destaque na região Norte, com um aumento de 0,4%. Embora discreto, os números são significativos frente à de queda histórica de 4,1% do PIB nacional, de acordo com os dados do Banco Central do Brasil (Bacen), por meio do Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), divulgado em março desse ano.

Mineração e Energia mudaram a cara de cidades do Pará
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